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Nos dias de agitação política em que vivemos, facilmente comprovamos a importância do voto dado aos nossos representantes no parlamento. A partir da decisão da maioria dos deputados federais é que foi afastada a Presidente da República, eleita por mais de 54 milhões de brasileiros em 2014. Tiveram grande peso na atitude dos parlamentares as manifestações de rua feitas para pedir o impeachment. As manchetes, editoriais e opiniões que foram veiculadas pela grande imprensa neste mesmo sentido e repercutindo algumas medidas e declarações espetaculosas de setores do judiciário, também influenciaram. As manifestações foram expressivas e representaram a vontade de parcela significativa da população. Devem ser levadas em conta com toda a seriedade, mesmo que nunca tenham atingido número sequer compararável aos votos dados nas urnas. No sistema de república presidencialista que adotamos, a vontade do povo é expressa nas urnas e isso ocorrerá somente em 2018. A influência do poder econômico sempre existirá, seja através das doações lícitas e ilícitas, da propaganda enganosa e de tantas outras artimanhas que os políticos usam para tomar o poder em suas mãos e nele permanecer. Esta influência é marcante, em especial na abordagem apresentada pela grande mídia nos temas que divulga. Tenho assistido a pouca coisa na televisão, mas nos últimos dias parece que diminuiu bastante a frequência de imagens mostrando o povo a perecer nos corredores das emergências hospitalares e que eram exibidas à exaustão nos telejornais. Será que o foco das reportagens mudou, ou tal observação é fruto da minha imaginação? Cada cidadão consciente é que deverá fazer o juízo correto sobre o que lhe é informado e que irá repassar. Ou rejeitar, se concluir que tal enfoque e sua repetição sistemática revelam intenções de manipulação de opinião. Em nossa democracia representativa, a Câmara de Vereadores é o parlamento do município. Diversos cidadãos de Araucária estão envolvidos em intenso debate, inclusive com apoio da Promotoria de Justiça, sobre o papel dos vereadores e sobre o custo do funcionamento do legislativo municipal. Há um consistente movimento para reduzir os cargos em comissão, de livre nomeação e demissão, que serviriam como assessores dos vereadores e para impedir o aumento das vagas de edis. A Câmara de Araucária chegou a aprovar o aumento de 11 para 15 cadeiras de vereador, mas voltou atrás. O envolvimento da comunidade é de grande valia e deverá continuar para ajudar no esclarecimento dos eleitores que ainda este ano comparecerão às urnas, nas eleições municipais. Valorizar o voto não é trocá-lo por um favorzinho, ou votar em alguém apenas por simpatia ou amizade. Voto de valor é aquele que é dado para o(a) mais capacitado(a) em exercer um mandato em favor do conjunto da comunidade, na Prefeitura ou na Câmara de Vereadores. A mudança positiva não virá por obra de um iluminado salvador da pátria. Ela virá através da eleição de políticos comprometidos com o bem comum e através da vigilância permanente da sociedade. A discussão quanto ao número de vereadores é positiva, mas o voto de valor é o que realmente trará a mudança necessária. Colaborar permanentemente com o esclarecimento dos eleitores é a tarefa que se impõe.

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