A carona

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Móço destes granfino parô com uma dessas caminhonetona mistubicha béM quando iéu estando caminhando na estrada inté ponto de ômbinu, pra ir pra cidade resolver uns assunto, pedindo informaçon de donde ficando chácra dos político, iéu tentô ensinar caminho, pegando incruziada as esquérda, virando no pé de bugre na quarta as deréita, siguindo linha do telefônico até mata-buro despóis virando no pinhéro caído e subindo até metade da subidona e virando nas deréita, passando dois porton e um pasto, cruzando banhado e mais uns dois quilómetro seguindo até a chacra dos político. Moço preguntô enton proque ficando ansim ton escundido, iéu falô que eleiçon já passando, despóis os político se escondem tudo. Como móço parecéndo sér génte boa iéu se ofereceu enton pra mostar caminho, despóis iéle dechando iéu no ponto do ômbinu que pérto ficando. Móço féis cara de contente e aceitando oferta, iéu trepô na camionetona, friu lá drénto estando com iéste ar descongestionado, fumo conversando de cóisa da roça inté que cheguemo no porton da chacra. Quando iéu fói descer de camionetona moço falando que levando iéu na cidade despóis trazendo de vólta, que adiantado estando pro churasco e tinha saído bém antes pensando que indo se perder na roça, proqué iéste tal de GLS não tendo sinal. Iéu falô qui non percisando si incomodar, mas móço falô que non tinha nada pra fazér até hora do churasco e que non custando nada iéle matar témpo. Iéu acabô aceitando carona, moço mésmo gente boa sendo. Parémo na cidade e móço fói me acompanhando e nóis prosiando, donde nóis passando, povo intéro ficava zoiando, saion nas porta das loja e ficavom falando um pra ótro e acenando pra iéu. Iésto nunca acontecéndo, génte da cidade nunca déu bola pra povo da roça. Entremo na agropecuária pra comprar seménte de alface e móça do caxa quase que demaiô, caxéro tremendo de nervóso inda vendéu semente de agrion trocada. Entremo na feraria pra buscar umas feradura que iéu incomendô e feréro acerto o dedon batendo na bigorna. Andando na rua povo começando andar atráis e tudo danto tiauzinho pra iéu. Qui Diabo!!!, Fumo no banco pra iéu pagar conta da luis e génte que estando na fila mando iéu pasar na frénte e tudo mundo zoiando, móça do caxa gritando de aligria, génte se alevantando das mésa, gerénte véio oferecendo cafezinho e cunvidando pra se assentar na mésa déle, iéu falando que com pressa estando e pra ótra ficando, daí gerente batéu no méu ombro e falô; “Ta famoso hein, Seu Isidório”. Iéu nada entendendo pensô que as musca de Isidório já ton tocando nas festa e iéu virando famoso e non sabendo. Subimo na camionetona e iéra só génte buzinando, tanta génte na rua que parecéndo disfile de sete de setembro. Moço em casa me dechando e preguntô meu nome, iéu falô que agora se chamando Zido Nardegas, usando nome atristico de ton famoso que estando, iéu preguntô nome do móço, iéle falô, acho que iéra um tal de Reinardo Gianechini ou qualquer coisa ansim, um desconhecido sém importança.

Publicado na edição 1263 – 27/05/2021

A carona
A carona 1
Compartilhar
PUBLICIDADE