Havia um pai que se preocupou com a educação de seu filho. O bebê nascera em perfeitas condições físicas e mentais e isto já era uma dádiva, que só aumentara a responsabilidade daquele pai. Quando a criança estava pequena ele queria que ela aprendesse a ser feliz. Parecia fácil educar para ser feliz. Só isto e todo o resto seria secundário ou consequência deste ato, afinal a coisa mais cara ao ser humano é a felicidade.
O tempo foi passando e o pai viu que aquela simples lição não terminava nunca. Compreendera que velhos chavões só escravizariam a vida do filho. “Que na vida não havia felicidade e sim momentos felizes” ou “o dinheiro não compra a felicidade, manda buscá-la”, eram balelas a torná-lo escravo de frases feitas, e reféns do consumismo da sociedade. Estudar, trabalhar, apenas adaptava-o a um modelo de sociedade. Eram ferramentas a facilitar a compreensão do mundo, mas quem disse que isso nos tornas felizes?
A felicidade, compreendera, era uma estrada que tinha começo, mas impunha a cumplicidade de sua própria existência para ser compreendida. Tornou-se colega do próprio filho. O tempo passou, e quando o filho estava crescido ele perguntou: meu filho eu fui ensinar-te a ser feliz e passei esse tempo todo conhecendo felicidade. Aprendi junto contigo que ela é uma lição de vida, que nos torna melhor em tudo. Aceitação e tolerância das coisas que não podemos modificar, sensibilidade, solidariedade, paciência e compreensão foram coisas que aprimorei, e muito mais ganhei quando vi que julgar as coisas não era o caminho, porque a vida é dinâmica e modificara os ensinamentos recebidos de meu pai. Ser seu professor me fez aluno de sua vida e pude viver em sintonia com a realidade do mundo, trocando o saudosismo de minhas convicções pelas ilusões de seus sonhos.
Ensinar-te a ser feliz certamente foi muito mais fácil que qualquer outra lição. Aprendemos a vida inteira e a felicidade estava dentro da atitude que tivemos para encarar a grande jornada de nossas vidas. Acabei aprendendo junto com você que a felicidade é uma lição simples e contínua, apenas requer revisão constante de conceitos e de fazer da vida uma opção pela felicidade que aprendo no dia a dia nesta “FELIZCIDADE” de Araucária e isto me basta.
Texto: EDILSON BUENO
Publicado na edição 1251 – 04/03/2021