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Até amanhã, 5 de agosto, os políticos de Araucária estão com os nervos a flor da pele. Todos, de algum modo, buscando encontrar a melhor condição partidária para disputar as eleições deste ano.

Essa fase da campanha, porém, ainda está distante dos olhos do grande público. Ela se dá nos bastidores e envolve, talvez, o período mais desgastante da campanha eleitoral, pelo menos no que diz respeito ao desgaste moral e ético. Sim, porque é exatamente agora que estão sendo firmados os acordos que muitas vezes irão inviabilizar a decência do governo daqueles que vencerem em 2 de outubro.

É agora que se acerta a vinda de determinado partido para a coligação em troca de uma secretaria num eventual futuro governo. E nessas negociações dificilmente o critério competência, espírito republicano e coisas do gênero estão entre as cláusulas do acordo.

É também neste período que se fazem os acordos para acomodar este ou aquele candidato tubarão em determinada coligação proporcional.

É agora que se convence o escadinha de que é importante ter um vereador que tenta a reeleição na chapa, pois é ele quem será o puxador de votos para atingir o tal do quociente eleitoral e, diante da cara do desconfiado escadinha, é prometido a ele um CC caso, ao final do pleito, ele não consiga se eleger. Porém, novamente, ninguém questiona o escadinha sobre suas qualificações e se elas são mesmo suficiente para ocupar um cargo em comissão. Até porque, na ótica deturpada de muitos líderes partidários, essas negociações sempre foram e continuarão a ser assim.

Do mesmo modo, é agora que está sendo definido quem custeará a campanha, sim porque ela vai ter um preço e alguém vai ter que pagar essa conta. E, diante das recentes modificações na legislação eleitoral a respeito do financiamento de campanha, novamente o que muitos candidatos têm a oferecer é espaço num futuro governo. E, novamente, não fica bem claro que tipo de espaço será esse e o que o beneficiado poderá fazer com ele.

O principal problema dessas negociações é que é justamente por conta dos acordos apenas parcialmente claros que são fechados em período pré-eleitoral que Araucária chegou aonde chegou: uma cidade com uma arrecadação anual bilionária, mas sem a mínima condição de oferecer à sua comunidade a qualidade de vida que seria possível. Pensemos nisso e boa leitura.

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