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Criar uma conta nas redes sociais leva apenas alguns minutinhos. Ou seja, é muito fácil criar um perfil para podermos interagir com quem quisermos. Entretanto, para os mal intencionados, as possibilidades vão além disso: elas usam esses perfis “fakes” para promover fofocas, difamar e denegrir pessoas. Lamentavelmente, esse tipo de crime não é uma realidade distante das escolas. Recentemente, vários colégios de Araucária começaram a registrar um tipo de “febre” que se espalhou entre seus estudantes: a criação de perfis falsos no Instagram, usados para divulgar, de forma criminosa, imagens de colegas e até de professores, em stories contendo calúnias e ameaças. 

Os ataques são tão agressivos, que estão propagando o ódio e o bullying e criando constrangimentos sem precedentes. Em uma das postagens, uma estudante foi vítima de perseguições, após sua religião ter sido exposta em um perfil falso. Outra estudante que sofreu abuso sexual da infância também teve sua vida exposta de forma difamadora e criminosa. Várias brigas também já foram incitadas através dessas postagens. Em outro caso recente, o extremo aconteceu: um estudante foi vítima de bullying e sofreu tantas perseguições que para proteger o filho, a família chegou a sair de Araucária e foi morar em outra cidade.

Diante de tamanha violência virtual, o Colégio Estadual Júlio Szymanski chegou a emitir um comunicado em suas redes sociais, alertando que está registrando boletins de ocorrência sobre estes fatos e orientando que os pais façam o mesmo. Informou ainda que a direção já repassou os links das páginas ao Ministério Público e ao Núcleo de Cibercrimes da Polícia Civil e conversou com o Centro Operacional de Medidas Socioeducativas sobre a gravidade dessas ações criminosas.

“Orientamos todos os pais da nossa escola que monitorem as redes sociais de seus filhos e os orientem, porque essas páginas são criminosas e todos os envolvidos responderão criminalmente.

Pedimos a todas as famílias que, além de orientarem seus filhos, não divulguem essas páginas e nem as sigam nas redes sociais”, pediu a direção do Szymanski.

Pais atentos

O Conselho Tutelar explicou que criar e fazer postagens difamatórias em páginas “fake” é um ato criminoso e o adolescente autor poderá responder por ato infracional. “Não cabe ao Conselho investigar esses atos, cabe a nós, orientar os pais para que fiscalizem e monitorem o celular dos seus filhos.  O aparelho não é um objeto privado, só de uso do adolescente, precisa ser compartilhado com a família. Inclusive, ao fazer isso, os pais estarão garantindo a segurança do adolescente, pois poderão saber com quem ele está conversando, que tipos de sites ele está acessando, ou ainda, que tipos de vídeos e mensagens ele está recebendo. Com esse monitoramento os pais também terão acesso ao que o filho está postando nas redes sociais”, explicou o conselheiro tutelar Vanderlei Chefer.

Ele lembrou ainda que alguns adolescentes chegam a bloquear o pai, a mãe e até mesmo a família inteira no Facebook e nos status do WhatsApp. “Então, a nossa orientação é direta para os pais, eles têm o dever de monitorar o que os filhos estão fazendo, caso contrário, estarão agindo de forma negligente. Se permitiram que o filho tenha acesso a todas as redes sociais, é obrigação deles monitorar”, recomendou.

Chefer falou ainda que o Conselho Tutelar recebe muitas denúncias contra pais que estão consentindo que suas filhas, de 10, 11 e 12 anos, fiquem sexualizando por meio de postagens de fotos e mensagens na internet. “Tem muitos pais que não estão vendo isso. Então, o nosso alerta é para que eles monitorem seus filhos”, reforçou o conselheiro.

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É possível conferir a autenticidade de um perfil

Para tentar identificar se uma conta é de fato daquela pessoa ou empresa, digite ou cole o nome do perfil no Google. Dessa forma, a pesquisa retornará se existem mais contas parecidas e até perfis que usam o mesmo nome em outras redes sociais.

Se a conta em questão for de um conhecido, incremente a pesquisa com outros dados, como idade, parte do endereço e até a cidade onde a pessoa reside. Agora, se um perfil não conta com nome e imagem, o que normalmente já ajuda a identificar o dono da conta, desconfie. Muitas vezes um perfil fake já é identificado de cara dessa forma.

Se a ideia é atestar a veracidade do perfil de uma empresa ou de uma pessoa conhecida, o selo de verificação, aquele símbolo que fica logo ao lado do nome do perfil, é talvez o melhor indício que se trata de uma conta autêntica. Do contrário, pode se tratar de alguém tentando se passar por uma celebridade, por exemplo, o que também costuma ocorrer com frequência na internet.

Adolescentes criam perfis falsos no Instagram para difamar colegas da escola e professores

Texto: Maurenn Bernardo

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