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Ainda não tomamos no IPTU

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Essa discussão que tomou conta da cidade nos últimos dias por conta das mudanças na forma de cobrança do IPTU e do aumento da taxa de coleta de lixo é a prova cabal de como nossos gestores nunca se preocuparam com as finanças municipais.

Fizeram isso, obviamente, porque dava menos trabalho apenas gastar aquele dinheiro que vinha fácil e não gerava prejuízo político. Em nosso caso, o encosto dos nossos políticos sempre foi o ICMS, e entre 2008 e 2012 o ISS pago pelas empresas que prestaram serviço às obras de modernização da Repar.

Por anos, ninguém nunca ligou para o coitado do IPTU ou mesmo para a taxa de coleta de lixo. Porém, como a grana fácil do ICMS e do ISS não foi investida de forma a criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento e sim gasta em ações permanentes, que só aumentam ano a ano, chegamos ao momento atual do Município, com as despesas crescendo numa velocidade superior as receitas.

A situação obriga a tomada de ações, como não se tem controle sobre o ICMS, que é um imposto estadual, e tendo em vista que a arrecadação de ISS só teria aumentado permanentemente se tivesse havido o tal do investimento na atração de empresas do tipo, restaram poucas opções no que diz respeito ao incremento da arrecadação e entre elas está o IPTU e a taxa de coleta de lixo.

O problema é convencer a população de que ambas estão defasadas há anos. E olha que estão! A taxa de coleta de lixo, por exemplo, em Curitiba ela custa R$ 219,00. Aqui era R$ 66,33 e agora subiu para R$ 92,48 e achamos caro. Ela é muito barata, ainda mais quando levamos em conta que este é um serviço que, para a população, sempre funcionou redondinho.

No caso do IPTU é a mesma coisa. Somos privilegiados, já que o grosso dos araucarienses sequer paga o imposto, pois se enquadra na faixa dos que, oficialmente, residem em casas com menos de setenta metros quadrados. Digo oficialmente porque a planta imobiliária da Prefeitura não é atualizada há mais de dez anos. Tem muita gente aí morando em cada casão, mas que no carnezinho do IPTU consta residindo numa meia água. Eis aí, aliás, outra prova de incapacidade administrativa de quem comandou e comanda a Prefeitura nos últimos quinze anos, já que essa atualização passou da hora de ser feita.

Então, com o perdão da expressão, não tomamos no IPTU, “malemá” demos uma tomada na taxa de coleta de lixo.

Minha torcida é para que a Prefeitura continue tomando essas ações ditas impopulares. Digo isto porque, infelizmente, as pessoas só passam a dar a devida atenção às coisas quando elas mexem em seus bolsos. Logo, quem sabe, passando a pagar impostos e taxas um pouco mais caras não começamos a cuidar de Araucária como cidadãos de verdade. Sim, porque o que vemos hoje é muita gente só reclamando daquilo que não está certo em nossa cidade, sem, porém, participar efetivamente de sua construção. E isso não é ser cidadão!

Comentários são bem vindos. Até semana que vem!