O último boletim semanal da Dengue, Zika e Chigungunya emitido pela Secretaria de Saúde de Araucária, com data de 16 de fevereiro de 2024, apontou 129 casos notificados, sendo 12 confirmados.
Destes, 10 são de casos importados, ou seja, de pessoas que contraíram a doença fora do Município, e 2 são autóctones, isto é, pessoas que contraíram a doença dentro da cidade. O ciclo epidemiológico compreende os meses de julho de 2023 a julho de 2024.
Segundo a secretaria, estamos vivendo um cenário preocupante, porque quando comparamos os números com o ciclo anterior (julho de 2022 a julho de 2023), percebemos um aumento significativo no número de casos confirmados – foram 23 notificações e 4 casos confirmados (todos importados). E ainda faltam cinco meses para encerrar o ciclo atual. “A projeção do aumento de casos da doença se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas, possíveis efeitos do El Niño, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). E, ainda, ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil”, cita a SMSA.
Principais sintomas
Embora este seja um assunto amplamente divulgado, é sempre importante ressaltar quais são os sintomas mais comuns da doença. A pessoa deve se preocupar quando apresentar febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. No entanto, a infecção por dengue também pode ser assintomática ou apresentar quadros leves.
É possível ainda haver dores nas articulações e pequenas manifestações hemorrágicas, como sangramento nasal e nas gengivas. Esses sinais exigem que a pessoa procure atendimento médico. Nestes casos, é indicado buscar a unidade de saúde mais próxima para garantir uma avaliação do quadro e orientação para tratamento adequado dos sinais e sintomas apresentados.
Importância da vacina
A Secretaria de Saúde diz que a vacina tem se mostrado eficaz na prevenção à dengue. O imunizante é considerado seguro e eficaz para pessoas de 4 a 60 anos. “Nesse momento, a estratégia inicial para a vacinação contra a dengue contemplará indivíduos na faixa etária de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país. Essa é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença, depois dos idosos, que ainda não têm indicação de vacinação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina”, informou a SMSA.
Ciclo de vida do mosquito
O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti contém 4 fases: ovos, larvas, pupas e adultos. Quando infectado, o adulto pode transmitir os vírus da Dengue, Chikungunya e Zika durante a vida toda. As fases de ovos, larvas e pupas ocorrem dentro da água, por isso a importância em eliminar criadouros, evitando a proliferação de Aedes aegypti. Dependendo do clima, em condições ideais, leva de 5 a 10 dias para que o ciclo de vida se complete.
“Evitar a proliferação do vetor da dengue segue como medida mais eficaz. As larvas do transmissor se desenvolvem em água parada. Dessa forma, é preciso empenho da sociedade para eliminar os criadouros com medidas simples e que podem ser implementadas na rotina, como tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, tampar ralos e pias, entre outras”, orienta a Saúde.
A secretaria salienta que o Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana para encontrar possíveis focos de larvas. Além disso, é recomendado que a população receba bem os agentes de saúde e agentes de combate às endemias. Por fim, recomenda-se como medida adicional de controle o uso de repelentes e a instalação de telas mosquiteiras, especialmente nas regiões com maior registro de casos.
Uso de medicamentos
Outra orientação importante para quem foi diagnosticado com dengue é repousar, ingerir bastante líquido e não tomar medicamentos por conta própria, pois alguns deles podem tornar o quadro ainda mais perigoso. “A automedicação pode ser fatal, principalmente em casos de dengue. Todos os anti-inflamatórios podem aumentar a tendência hemorrágica na dengue e por isso são contraindicados”, orienta a secretaria.
Edição n.º 1403