Está marcado para começar às 9h desta quarta-feira, 8 de junho, o júri de Silvio José Barbosa, que confessou ter matado o jovem Lucas Eduardo Gonçalves de Lima, de apenas quinze anos. O crime aconteceu em 26 de outubro de 2013, por volta do meio dia.
O julgamento acontecerá no salão do júri do Fórum de Araucária, que fica na esquina das ruas Alfredo Charvet com Francisco Dranka, no bairro Vila Nova. Como todas as sessões do júri, esta também será aberta ao público, que poderão acompanhar o embate entre o Ministério Público, responsável pela acusação, e os advogados de Silvio.
Par quem não se lembra do caso, Lucas foi assassinado numa tarde ensolarada de sábado, enquanto andava de skate com alguns amigos na avenida Nossa Senhora dos Remédios, no bairro Boqueirão. Segundo relatos de testemunhas, enquanto o jovem brincava um carro Vectra preto parou próximo a eles. O motorista era Silvio, que desceu do veículo trocou algumas palavras com o garoto e teria lhe dado um tapa na cara. Lucas então tentou revidar, mas não teve tempo. Silvio sacou uma arma e lhe acertou um único tiro. Em seguida, o autor do disparo entrou calmamente em seu carro e fugiu.
Para a polícia, o garoto foi morto por engano. Um dos amigos de Lucas, de apenas 14 anos, estava de namoro com a filha de 12 anos de Silvio. Este não teria autorizado a relação e havia certa rusga entre ambos. Segundo apurado na época, Silvio costumava confundir o nome dos garotos.
Deu no pé
Após matar o garoto, Silvio deixou a cidade. Mesmo sabendo que era procurado pela Polícia, ficou um ano escondido. Quando se reapresentou, o fez na companhia de um advogado e acabou conseguindo responder ao processo em liberdade. No final do ano passado, Silvio ainda tentou uma última cartada para não ser julgado em Araucária. Pediu para que seu júri fosse realizado em outra cidade, pois os jurados daqui não teriam a isenção suficiente para analisar o seu caso. A Justiça não acatou ao pedido do assassino confesso de Lucas, que alega ter agido em legítima defesa. Em seu depoimento, Silvio disse que só atirou porque teria sido agredido por sua vítima. A agressão teria lhe causado um ferimento na boca e foi só após isso que ele sacou a arma e atirou.
Para tentar corroborar a tese da legítima defesa, Silvio argumentou ainda que Lucas era maior do que ele.
Texto: Carlos do Valle/ Foto: Marco Charneski e Arquivo pessoal da família
