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Carta do Editor: Ônus e bônus
Foto: Divulgação / Google Street View.

De alguma forma todas as pessoas que já foram colocadas diante da informação de que a Câmara de Araucária aprovou a criação do auxílio-alimentação para os vereadores já formou seu juízo sobre o assunto.

A matéria é polêmica, assim como toda e qualquer proposta que envolva a concessão de estrutura ou benefício direto a classe política. Os vereadores sabiam disso, mas fizeram as contas e resolveram pagar para ver. O desgaste foi calculado e nos bastidores da Câmara o que se ouvia ainda na fase que antecedeu a votação era a de que toda ação tem seu ônus e seu bônus.

E, convenhamos, eis aí uma verdade: tudo o que fazemos tem ônus e bônus. A terceira lei de Newton já nos ensina que para toda força de ação que é aplicada a um corpo surge uma força de reação. Os vereadores propuseram uma lei polêmica e essa ação gerou uma reação em parte da população. Normal!

O que foge do normal na tramitação dessa matéria foi a quebra de confiança que parece ter havido entre os próprios vereadores a partir do momento em que um deles – Pedrinho da Gazeta – deixou claro em plena sessão que parte dos edis que votaram contra a proposta eram entusiastas da ideia quando essa foi discutida a portas fechadas.

Essa verdade indigesta é preocupante porque o movimento retilíneo uniforme da palavra de um político é o que o aproxima do eleitor e faz com que tenhamos confiança nele. A matéria em questão era de uma obviedade absurda no que diz respeito a sua impopularidade. Não há como esses vereadores que mudaram de opinião dizerem que “mudaram de ideia” porque foram convencidos com novos dados, estudos e coisas do gênero.

A verdade pura e simples é a de que eles queriam o benefício e só abriram mão porque ficaram com medo do julgamento popular e isso em política não pode acontecer. As pessoas quando confiam seu voto a um político o fazem porque acreditam que ele tomará as decisões fáceis e difíceis, independentemente se essa discussão é feita a portas fechadas ou abertas. Simples assim.

Edição n.º 1457.

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