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CCs teriam sido pressionados a doar para a campanha de Claudio e Vanessa
Foto: Divulgação

Cargos em comissão da Prefeitura de Araucária nomeados como secretários, diretores gerais e superintendes teriam sido pressionados a doar recursos para bancar a campanha a prefeito de Claudio Bednarczuk (UNIÃO) e Vanessa esposa do Ben Hur (UNIÃO). A denúncia chegou a nossa redação durante a noite desta quarta-feira, 4 de setembro.

A pressão teria sido feita durante reunião realizada com esses cargos em comissão na noite de quarta no Hotel Rihad, de propriedade do prefeito Hissam Hussein Dehaini. Oito pessoas que participaram do encontro entraram em contato com O Popular para relatar o ocorrido. No entanto, temendo represálias, pediram para ter o nome mantido em sigilo.

Segundo eles, durante essa reunião coordenadores da campanha de Claudio e Vanessa esposa do Ben Hur teriam dado a entender que a contribuição a campanha era uma forma de demonstrar que estão empenhadas em eleger o candidato do União Brasil. Disseram também que a ajuda agora seria lembrada depois.

Segundo apurou nossa reportagem, a coordenação de campanha teria “sugerido” que ocupantes dos cargos de secretários doassem R$ 2.000,00 e diretores e superintendentes R$ 1.000,00. Teria sido sugerido que o PIX para a conta eleitoral da campanha fosse feito ainda durante a reunião. Um dos coordenadores da chapa também estaria com recibos, coletando os dados dos cargos em comissão, de modo a fazer com que o dinheiro constasse na prestação de contas de Claudio como doação espontânea.

Para alguns foi dito que para evitar questionamentos futuros com relação ao dinheiro a coordenação da campanha promoveria um jantar, sendo que os comissionados deveriam dizer que compraram um “ingresso” para esse jantar.

Questionados se foram a reunião de livre e espontânea vontade, os CCs que conversaram com nossa reportagem disseram que não. Segundo eles, houve uma convocação para participar da reunião no final da tarde desta quarta-feira. Eles nos enviaram, inclusive, a mensagem que receberam por whatsapp. Ela dizia o seguinte: “Boa tarde. O prefeito convocou uma reunião amanhã (quarta-feira, 04/09), às 17h, no Hotel Rihad, com todos os secretários e diretores. O encontro será breve. Contamos com a presença de todos!”

O problema é que o prefeito, em tese, está no gozo de férias. Logo, não poderia convocar subordinados para reunião, ainda mais fora do local de trabalho. O “modus operandi”, segundo advogados ouvidos pelo O Popular, pode ser caracterizado como assédio eleitoral, ferindo a resolução 930/2024, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), que estipulou regras para o enfrentamento desse tipo de pressão que funcionários sofrem de suas chefias para ajudar ou financiar candidaturas.

Nossa reportagem entrou em contato com a coordenação de campanha de Claudio e Vanessa esposa do Ben Hur. Eles reconheceram que – de fato – houve a reunião, mas que em nenhum momento aconteceu qualquer tipo de pressão para que a doação acontecesse. “Fomos bem claros de que a doação não era compulsória e sim espontânea. Só recebemos doações oficiais na campanha, e esse é um dos instrumentos legais de arrecadação. Os valores foram sugeridos, não foram impostos a ninguém”, garantiram.

Questionado se – de fato – houve uma convocação para participação na reunião e se essa convocação foi feita pelo prefeito em gozo de férias, a coordenação da campanha disse apenas que não houve uma “convocação oficial”. “Não houve nenhum a convocação oficial, a reunião foi fora das dependências da prefeitura e fora do horário de trabalho. Além disso não foi para tratar apenas desse evento”, pontuaram.

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