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“Foi uma provação”, disse Evandro. Foto: divulgação
Ciclista araucariense pedalou 320 km no “Caminho da Fé”
“Foi uma provação”, disse Evandro. Foto: divulgação

O roteiro Caminho da Fé foi inspirado no famoso Caminho de Santiago da Compostela, o preferido dos ciclistas que gostam de serem testados ao limite. O roteiro nacional existe oficialmente desde 2003 e é percorrido a pé ou de bicicleta pelos devotos de Nossa Senhora Aparecida. O trajeto de 320km é percorrido entre as cidades de Águas da Prata, em São Paulo, até Aparecida do Norte. É uma rota que mistura serras com estradas vicinais, trilhas, bosques, asfalto e, como não poderia ser diferente, uma boa dose de fé.

O ciclista araucariense Evandro Pedroso da Silva, 45 anos, morador do jardim Itaipu, decidiu encarar esse desafio, não apenas para testar sua habilidade com os pedais, mas também para exercer sua fé. Evandro pratica Mountain Bike há apenas dois anos e como trabalha no bairro Xaxim, em Curitiba, entrou para a equipe Pedala Xaxim. “Mesmo fazendo parte de um grupo de Curitiba, costumo treinar bastante em Araucária, na região do Guajuvira, Passaúna, Tietê e Capinzal. Decidi, junto com minha equipe, fazer o Caminho da Fé, um trecho realizado a pé pelos peregrinos, em cerca de 11 dias, ou de bicicleta, que demora em média 5 dias. Foi exatamente esse o tempo que levamos para concluir o percurso”, contou o ciclista.

A equipe iniciou a jornada de fé na sexta-feira, 12 de fevereiro, saindo de Águas da Prata (SP), pedalando até Inconfidentes (MG), num trajeto de 100km. No sábado, 13, eles saíram de Inconfidentes e pedalaram mais 50km, até Minas Gerais. No domingo, 14, percorreram mais 65km, de Estiva (MG) até Brazópolis (MG). Na segunda-feira, 15, subiram a Serra da Luminosa, pedalando 40km, de Brazópolis até Campos do Jordão (SP). “Foi o dia mais difícil”, disse o ciclista. Na terça-feira, 16, eles concluíram o percurso, pedalando mais 75km, de Campos do Jordão até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte (SP).

“Foram 37 serras pedalando. É um absurdo o grau de dificuldade. Na subida é difícil e na descida é perigoso. Ao longo do trecho pegamos carimbos na nossa credencial, em comércios e igrejas por onde passamos. Na Basílica, aqueles que concluíram o trajeto receberam certificados. Toda dificuldade valeu a pena, é um caminho de muita fé e orações. Encontramos muita ajuda, de pessoas humildes, paramos em pousadas simples, foi gratificante poder chegar até o fim”, disse Evandro, emocionado.

Ele também relembrou um dos momentos marcantes do percurso, que aconteceu na Porteira do Céu, Serra da Mantiqueira, onde ele e os companheiros jogaram as cinzas de um amigo falecido no ano passado, o Altair, mais conhecido como Tatá. “Foi um momento de muita emoção, porque cumprimos seu último desejo, o de que suas cinzas fossem jogadas naquele lugar”, contou o ciclista.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1249 – 18/02/2021

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