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Como a pandemia interferiu no tratamento de doentes crônicos

Marcilene se diz aliviada com a manutenção do tratamento. Foto: divulgação
Como a pandemia interferiu no tratamento de doentes crônicos
Marcilene se diz aliviada com a manutenção do tratamento. Foto: divulgação

Consultas reduzidas e remarcadas e receitas médicas com prazo maior são algumas das mudanças adotadas na área de saúde para garantir atendimento à população, em meio à pandemia do coronavírus. Porém, a estratégia não se aplica aos pacientes em tratamento para câncer, doença renal crônica ou outras enfermidades graves, já que eles não têm como parar os tratamentos. Esses pacientes continuam com as consultas e exames normalmente, e seguem se deslocando para os hospitais que são referência para estes atendimentos, em outros municípios, porém, seguindo uma série de cuidados de prevenção.

A cabeleireira Marcilene Segobia Novais, 47 anos, descobriu um câncer há cerca de um ano, e conta que não teve problemas com o tratamento durante a pandemia. “No início só as consultas foram remarcadas, mas era tudo muito novo ainda, depois normalizou. Quanto ao transporte feito pela Prefeitura de Araucária é muito eficaz, não deixou de atender os pacientes em momento algum, sempre que precisei foram prestativos. Minha rotina de idas e vindas até o Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, tem sido normal, como era antes da pandemia, e graças a Deus, porque dependemos dessa continuidade”, observou.

Ovídio Andrade da Silva, 86 anos, que faz hemodiálise no Hospital do Rocio, em Campo Largo, também continuou sendo bem assistido mesmo durante a pandemia. Apesar de não depender do transporte da Prefeitura por opção da própria família, que prefere levá-lo até as sessões que acontecem três vezes por semana de carro próprio, o idoso só foi dispensado de comparecer em algumas consultas por precaução, mas nem assim houve cancelamento, pois os familiares foram no seu lugar, levavam exames e conversaram com o médico. “A situação do meu sogro só se complicou quando ele pegou a Covid-19, daí teve que faltar algumas consultas e sessões de hemodiálise, mas está reagindo bem, apenas com atendimentos mais restritos”, disse a nora.

Ela também cuida da mãe, Zeli Maria Jacques, de 71 anos, que é cadeirante, e tem um problema renal sério: sua creatinina é bastante alterada. Mesmo na pandemia, ela vai regularmente às consultas com a nefrologista. “Minha mãe está dentro dos parâmetros esperados por eles para testar um novo medicamento, por isso participa de uma pesquisa na Fundação Pró-Renal, em Curitiba. Ela já teve cinco AVCs, tem triglicerídeos e colesterol sempre altos, além da diabetes. Mas tem sido bem cuidada, e seu tratamento continuou normal, porém, sempre seguindo à risca todos os cuidados de proteção contra o coronavírus”, observou a filha.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1228 – 03/09/2020

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