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A profissão professor está entre as mais nobres de todas. Não há como negar que se existem cientistas, advogados, engenheiros, e tantas outras profissões, é porque alguém os ensinou antes. Neste dia 15 de outubro, quando se comemora o Dia do Professor, é preciso homenagear aqueles que tanto se dedicam a ensinar e mudar a vida das pessoas e a sociedade em geral. A tarefa do professor não é fácil, pois exige paciência e dedicação, dentro e fora da sala de aula e é preciso ser apaixonado pelo que faz para encarar todos os desafios que a profissão impõe.


Professor há 42 anos, Jorge Galarce conhece bem essa rotina. Ele exerce a profissão desde 1980, se aposentou em 2019 , mas atualmente dá aulas no Colégio Estadual Elzeário Pitz como professor PSS e é voluntário no Colégio Julio Szymanski, ajudando os alunos imigrantes que estão aprendendo português a se adaptarem com o cotidiano brasileiro e a ter acesso aos serviços como postos de saúde, escolas, transportes, emprego e assistência social. Além do português, Jorge fala inglês e espanhol.


Tendo atuado como diretor dos colégios Szymanski e João Paulo, Jorge também exerceu, por 4 anos, o cargo de presidente da FESCC e representante da região metropolitana no CREDE – Conselho de Desenvolvimento da Educação no governo Jaime Lerner, representando a APP Sindicato.


Também atua no COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial como vice-presidente, é coordenador geral do Fórum Municipal em Defesa da Escola Pública, e no SISMMAR é coordenador sindical e coordenador do Coletivo Diversidade. “Participar de todas essas funções é uma forma de contribuir e devolver ao Estado e ao Município tudo aquilo que investiram em mim”, diz o professor.


O começo


Jorge Galarce chegou em Araucária em 1976, na primeira leva de trabalhadores que construíram a refinaria da Petrobras – Repar. “Eu era criança ainda, ingressei na primeira turma de 7ª série da Escola Werka, depois ingressei na primeira turma de Técnico em Contabilidade. Como nos projetos de infância havia aprendido inglês e já falava fluentemente, ingressei no curso de Letras da UFPR, e assim que fui aprovado no vestibular. Desde os meus 18 anos de idade venho atuando na escola pública e por isso sou defensor ferrenho das políticas públicas para a educação, saúde e assistência social nas quais estão quase 90% das nossas crianças e adolescentes”, comenta o educador.


Galarce diz ainda que depois de graduado foi fazer intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteiras para conhecer a educação pública nos Estados Unidos. Na sua opinião, o professor nunca parou de buscar a valorização da carreira e do piso salarial. “Todas as escolas deveriam ter laboratórios de ciências equipados para início dos primeiros experimentos científicos na vida de um estudante, investimento em bibliotecas públicas e escolares – hoje muitas bibliotecas públicas são meramente depósitos de livros que ninguém quer mais. Somos um dos países em que menos os estudantes fazem leituras.

Na minha experiência de Estados Unidos vi que a biblioteca ficava aberta de segunda a domingo, das 7h30 às 23h45 e isso deveria ser um exemplo a ser seguido. Outro ponto que precisa ser mudado é investir em Internet de qualidade e que esteja a disposição de professores e estudantes. Hoje se fala muito em Educação 5.0 nas escolas de ponta, enquanto a maioria das escolas não superou a educação 2.0. Enfim, inúmeras são as mudanças que ainda precisam acontecer, mas posso garantir que valorizar o professor é valorizar e investir na escola pública”.

Dia do Professor: uma profissão que exige amor e dedicação contínua

Texto: Maurenn Bernardo

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