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Na época do Jornal o Independente, um criativo jornal de sátira de costumes de nossa cidade, onde o chargista trabalhava redobrado para produzir conteúdo ilustrativo, tempos duros aqueles, tanto para o araucariense, cidadão livre de cabeça mais aberta, que cobrava o progresso da cidade, como para o araucariado, cidadão dependente, quase um retardado, que necessitava dos favorzinhos da classe política para sobreviver, o que invariavelmente acabava ocorrendo porque sempre arranjava alguém para pagar- lhe as contas de água e luz atrasadas, dando como troca a promessa de voto na próxima eleição. Naquele tempo a máquina politica de Araucária era muito mais efervescente que a atividade econômica do município, e isto se dava pela criatividade e facilitada com que os personagens políticos, sem nenhum pudor, se árvoravam dos recursos públicos em benefício das ambições pessoais, pois a moralidade reinante aceitava como normal essas práticas, vistas hoje em dia como falcatruas. Assim sendo a quantidade de fatos e fofocas que os impetuosos politicos da época geravam acabavam fornecendo muitas noticias que denegriam a imagem da coitada Araucária. Naqueles dias o Genildo Carvalho era o Geninho e o irreverente Vicente Ribeiro Mielli, de saudosa memória, era o IEMIELLI, e o engenheiro era engenheiro mesmo da antiga Construblok, que edificou o Hotel Rhiad do Hissan, o Raksa Materiais de Construções do Seo Osvaldo, e o Recanto da Flores com o Ike de intermediário, mas esta obra foi terminada pelo próprio empreendedor, o Antonio Carlos Torrres da Imobilíaria Barracão. Os três amigos haviam se envolvido no famossissimo caso MegaCred, mistura de interesses privados com a máquina politica atrelada ao poder do Prefeito de plantão e que acabou num bafafá danado de imbróglios jurídicos. Os três amigos para se verem livres de mais processos apelidaram nossa cidade de Cubarulhos ao publicar em Livro, relatando as peraltices da classe politica dominante na cidade para abafar o caso, e todas aquelas safadezas acabaram fazendo parte da história politica de Araucaria.

Cubarulhos seria a soma do pior de Cubatão, famosa nacionalmente pela poluição, e Guarulhos também famosa pela improvisação ou falta de planejamento urbanistico, coisa dificil de imaginar hoje na Iluminada cidade de Araucária da atualidade.

Aproveitando essas reminiscência, lá pelos idos de 1998, o vereador Paulo Sabag, com discurso e ego inflado encheu o balão do Prefeito Rizio e empolgado cunhou no polaco o termo SENHOR OBRAS pela verdadeira revolução que a abertura da Avenida Manoel Ribas estava propiciando à cidade, mudando para sempre nossa geografia, e isto o cacifou para ser eleito Presidente da Câmara com apoio do Prefeito Polaco.

Empolgado o eleito Saulo Sabugo, seu codinome no Livro Eleições em Cubarulhos, prometeu acabar com a corrupção na Câmara e moralizar definitivamente Araucaria. Sabugo estava muito além de seu tempo e todo o Poder Político retirou lhe o cargo numa manobra jurídico-político ou político-jurídica cujo resultado é sempre o mesmo. Mas como política é uma espécie de porco na feijoada onde de tudo se tira algum sabor aproveitou a injustiça política contra ele e fez mais de 16 mil votos na memorável campanha de Deputado Federal de 1998. Assim era Cubarulhos, onde tudo terminava em festa e o contribuinte pagava a conta.

Texto: EDILSON BUENO

Publicado na edição 1262 – 20/05/2021

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