O 1º Fórum Araucária – Diagnósticos e Perspectivas, promovido pelo Jornal O Popular em parceria com a FAE Centro Universitário aconteceu nos dias 15 e de 16 de agosto em celebração aos 46 anos do Centro Industrial de Araucária (CIAR).
Durante o evento cerca de 250 pessoas pré-inscritas, entre empresários, secretários municipais, representantes da sociedade civil organizada, funcionários públicos, estudantes e autoridades municipais como o prefeito Hissam Hussein Dehaini, a presidente da Câmara, Amanda Nassar, os vereadores Fabio Alceu Fernandes, Tatiana Nogueira e Elias Almeida assistiram aos debates e as palestras com temas como o fortalecimento das instituições, a mobilização para o desenvolvimento socioeconômico da cidade e as novas ferramentas de transformação da indústria como inovação e tecnologia.
No primeiro dia, a plateia acompanhou o painel ‘Fim de Feira e Sinecuras’, que reuniu o juiz Sergio Bernardinetti, responsável pelas primeiras decisões e sentenças das ações penais que investigam crimes do chamado colarinho branco em Araucária, e os promotores de justiça João Carlos Negrão, David Kerber Aguiar e Karinne Romani, integrantes da força tarefa montada na cidade para investigar supostas práticas de crimes de corrupção no Município. O objetivo do painel foi discutir como essas operações podem contribuir para as políticas de combate à corrupção e numa maior participação do cidadão comum como instrumento do controle social.
Como algumas das ações oriundas da Fim de Feira e da Sinecuras ainda estão em andamento, as discussão se deram de maneira genérica, sem que fossem citados nomes de envolvidos. O promotor João Carlos Negrão, por exemplo, pontuou a complexidade de instrumentos jurídicos que foram necessários para fundamentar esses processos. “A partir de denúncias feitas por empresários que não estavam conseguindo receber da Prefeitura foram descobertas uma série de irregularidades que envolviam o desvio de dinheiro público e por meio de testemunhos, delações premiadas, quebras de sigilo e outras provas conseguimos detectar e atuar junto ao Gaeco para afastar os envolvidos”, pontuou.
Ao final, os magistrados demonstraram uma profunda preocupação com a aprovação na noite anterior (14) pela Câmara dos Deputados, da proposta de ‘abuso de autoridade’ que prevê punição a agentes públicos, incluindo juízes e investigadores em uma série de situações, sendo considerada uma reação da classe política às operações recentes contra corrupção, como a Lava Jato.
E finalizando o encontro, Allan Costa, presidente da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) e um dos mais importantes palestrantes da atualidade no Paraná, falou sobre ‘Inovação e Desenvolvimento’.
Desafios para uma cidade inteligente e sustentável
No segundo dia do fórum (16), os debates ficaram a cargo de Geraldo Morceli Bolzani Júnior, coordenador do grupo de Desenvolvimento Socioeconômico do Projeto Curitiba 2035, Samuel Almeida da Silva, secretário municipal de Planejamento, Simon Gustavo Quadros de Caldas, Procurador-Geral do município, Vinícius Milani, gestor de ambiente de negócios do Sebrae/PR e Sidinei Freitas, gerente de compras de materiais indiretos da AAM do Brasil, discutiram no primeiro painel.
Neste painel, Vinicius Milani, do Sebrae/PR trouxe um dado relevante, segundo ele, durante o processo de pesquisa juntos aos mais de 70 empresários e formadores de opinião, constatou-se uma baixa estima em relação à cidade e ao seu parque industrial. “Os fundadores, os mais antigos moradores não aceitam que as indústrias são de Araucária e sim que elas estão em Araucária, por isso não há comprometimento”, explica Milani.
Geraldo Morceli, por sua vez, explicou que o plano de desenvolvimento é um processo de longo prazo, de governança de responsabilidade. “A comunidade precisa participar ativamente e se sentir mais do que integrante, tem que se sentir a dona de todo esse processo”.
No painel seguinte, Pedro Luiz Fernandes, vice-presidente corporativo e de sustentabilidade da Novozymes, Paulo Roberto Dantas Marangoni, coordenador do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica e Felipe Floriani, diretor de serviços de operações da Valmet América do Sul, falaram sobre como as indústrias de Araucária estão se preparando para encarar os desafios impostos pelo mercado para se manterem competitivas.
Pedro Fernandes, que também é presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, o Avançaraucária, explicou como a Novozymes está envolvida no processo de mudança do perfil econômico da cidade: “Quando eu participei da imersão do Avançaraucária, percebi que não era algo amador, que não tinha cunho político, até pela legislação criada dando autonomia ao conselho que, em sua maioria, é composto por representantes da sociedade. Este conjunto de qualidades nos dá a segurança de que estamos nos ‘emprestando’ para gente séria, comprometidas com a mudança e por isso a Novozymes abraçou o projeto e vai ser parceira atuante em todo esse processo de inovação”.
Fernandes falou ainda sobre o 1º Fórum Araucária: “Eu nunca imaginei ver essa integração, que um dia eu viria até aqui falar sobre biotecnologia e biossegurança. É um momento icônico, o alto nível dos palestrantes e todos os assuntos sendo conectados”. Segundo ele, iniciativas como essa fazem a diferença para demostrar que Araucária realmente quer avançar. “O Paulo Dantas sintetizou tudo em sua apresentação: temos recurso, temos dinheiro e temos vontade, agora é preciso que esse conhecimento, que as ideias saiam desse fórum para chegar até o cidadão que é realmente quem merece e precisa se beneficiar”, afirma.
Após os debates, o gestor de inovação do Sebrae/PR, Maurício Reck, encerrou o 1º Fórum Araucária com uma animada palestra sobre ‘Tendências’.
Fórum deixa legado pelo engajamento social
O jornalista e empresário Waldiclei Barboza, do jornal O Popular explicou que houve todo um processo de construção do fórum, pois era necessário acostumar as pessoas a esse tipo de evento que não é comum acontecer por aqui. “Nós precisamos discutir a indústria de Araucária e os araucarienses devem se apropriar do seu centro industrial, entendendo que ele é motivo de orgulho para nós e não ao contrário”. Segundo o jornalista, O Popular é a principal ferramenta de comunicação da cidade e isso possibilita que seja o elo entre vários segmentos da sociedade. “Temos essa facilidade pela nossa credibilidade, somos um jornal independente e focado em soluções publicitárias para nossos anunciantes, sempre levando conteúdo de qualidade para os leitores, e isso abriu as portas com os nossos parceiros e despertou o interesse deles na proposta do fórum”, explica.
Elias Almeida dos Santos acompanhou o fórum sob duas perspectivas: como autoridade e como empresário. “Em ambos os pontos de vista, ficou claro o quanto esse evento foi importante para a nossa cidade. Tivemos a oportunidade de analisar questões que são fundamentais e cruciais para o futuro de Araucária”. Santos diz ainda que é necessário unir esforços entre a sociedade, os três poderes e a iniciativa privada para que seja possível construir um município economicamente mais forte e mais desenvolvido e que, ao mesmo tempo, ofereça qualidade de vida e bons serviços à sua população.
O empresário Mauricio Alberto Markowicz, sócio da Thomas Plast Industria e Comércio de Plásticos, falou sobre a importância de apoiar uma iniciativa como essa do Jornal O Popular. “Estou muito feliz de ser parceiro de um evento dessa magnitude. Ficou claro que os empresários e políticos têm que estar envolvidos, nós precisamos sair do comodismo em busca de novas soluções, e é isso que o fórum está nos proporcionando, eu vejo um desenvolvimento muito grande para Araucária”.
“Foi um evento muito bacana, tivemos 14 debatedores em dois dias e o público interagiu muito bem. Nós plantamos a semente e já estamos desenhando o próximo fórum, seguindo a temática da importância das indústrias para a cidade, afinal são elas as responsáveis pelo que Araucária é hoje. É preciso que o cidadão entenda isso para juntos decidirmos o que é melhor, seja na questão econômica, social e ambiental. Não há como discutir a cidade sem discutir seu parque industrial”, finaliza Waldiclei Barboza, que idealizou o evento junto com sua sócia Fernanda Dutra Marqueto.
O fórum foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do jornal O Popular e durante os painéis o espectador pode enviar suas perguntas aos palestrantes por meio de uma conta de Whatsapp.
Para quem não acompanhou o fórum, mas ficou curioso para ver na íntegra os dois dias do evento, é só acessar o Facebook do Jornal O Popular https://www.facebook.com/opopularpr e clicar na aba Vídeos, no canto esquerdo da página. Assista, compartilhe, faça parte dessa iniciativa e mobilize todos à sua volta.
Junto ao fórum, FAE promove seu primeiro encontro acadêmico
O Fae Completa é um encontro acadêmico que oferece aos seus alunos palestras, workshops, painéis e oficinas com especialistas e empreendedores, tanto de suas áreas de interesse quanto de diferentes graduações. Nesta primeira edição, o encontro acadêmico foi realizado junto ao Fórum Araucária para que os alunos pudessem interagir com o setor produtivo da cidade.
Segundo o diretor do Campus Araucária da FAE Centro Universitário, Élcio Douglas Joaquim tanto o fórum quanto o FAE Completa foram muito produtivos. “O aluno precisa conhecer a indústria para ver a sua necessidade e de que maneira ele vai se encaixar, hoje se fala muito em indústria 4.0, mas qual é o conceito e qual a sua efetividade?”, questiona.
“Para isso, trazemos o conhecimento que vai além da sala de aula, com profissionais que atuam no mercado, que se destacam e estão antenados com os novos conceitos e tendências, para que na academia a gente prepare os alunos”.
Sobre o fórum, o professor destaca que ele tem o papel de conscientizar os empresários, políticos e até o próprio cidadão sobre a importância do projeto que se vislumbra. “Isso partiu da iniciativa privada, das próprias instituições como O Popular, com a realização do fórum e na qualidade de formador de opinião. Só tenho a agradecer por essa oportunidade, não só para a FAE e seus alunos, mas para todo o cidadão para que possa conhecer melhor sua cidade e os projetos que estão em andamento”, finaliza.
O estudante de engenharia da produção da FAE, Vinicius Pachicoski, concorda como professor: “Eu moro em Curitiba e participando do fórum fiquei impressionado com a integração entre os setores, é motivador ver nas lideranças locais o comprometimento com o desenvolvimento da cidade, não estão deixando só nas mãos do prefeito, é um grande aprendizado para nós”.
Gradução
O campus Araucária conta com 200 alunos distribuídos em cinco cursos de graduação: administração, ciências contábeis e as engenharias de produção, mecânica e elétrica. No próximo vestibular de verão vai incorporar mais quatro cursos semipresenciais: logística, gestão comercial, gestão financeira e gestão de recursos humanos, que já são tradicionais na FAE na modalidade presencial.
Apoio foi fundamental para realização do fórum
Para viabilizar a realização do fórum a empresária Fernanda Dutra Marqueto, explica que o O Popular recorreu às empresas que são parceiras constantes de outras ações, e que elas prontamente abraçaram a ideia.
“Para promover os debates pesquisamos o perfil das empresas que tinham mais a ver com os temas escolhidos para os painéis, como a Novozymes a Valmet e contamos com o apoio do Sistema Fiep e do Sebrae que nos indicaram especialistas nos assuntos”. Fernanda adiantou que muitos empresários já se comprometeram para o próximo fórum por entender a importância da temática. “As indústrias são bem receptivas e o debate é de interesse de toda a sociedade”, finaliza.
O 1º Fórum Araucária foi realizado pelo jornal O Popular em parceria com a FAE Centro Universitário e com o apoio da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Araucária (ACIAA), Associação das Empresas da Cidade Industrial de Araucária (Aeciar), Prefeitura Municipal de Araucária, Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Avançaraucária), Sistema FIEP-Senai, Sebrae, Subseção Araucária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), AAM do Brasil, Araucária Esporte Clube, Banco do Brasil, Berneck, Briggs Stration Branco, Favreto Painéis, Greca Asfaltos, Novozymes, Possebon Engenharia e Serviços, Thomaz Plast, Unibraspe e Valmet.
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Texto: ROSANA ALBERTI
Publicado na edição 1177 – 22/08/2019