Falta de chuva deixa Represa do Passaúna com aspecto de deserto

Foto tirada no mês de julho de 2020, quando a represa do Passaúna, em Araucária, atingiu um nível crítico. Foto: Marco Charneski
Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Falta de chuva deixa Represa do Passaúna com aspecto de deserto

A seca que não dá trégua tem alterado drasticamente a paisagem da Represa do Passaúna, uma das responsáveis pelo abastecimento de água em Araucária. A imagem que se via antes, de um imenso lago, hoje é um solo seco, que mais parece um deserto. Este cenário, provocado pelas chuvas muito abaixo da média, vai permanecer por mais um tempo, porque a previsão do Simepar é de que apenas em setembro volte a chover o suficiente para estabilizar o nível das barragens.

Com a estiagem perdurando por mais alguns meses, os rodízios que vem sendo aplicados pela Sanepar também são inevitáveis. “Se de fato as chuvas acontecerem no mês de setembro, entraremos num processo de recuperação dos níveis das barragens, mas até lá os rodízios precisam ser mantidos para que ninguém fique totalmente sem água. Importante lembrar que, além dos rodízios necessários, a Sanepar vem investindo em áreas emergenciais para aumentar a autonomia dos reservatórios e garantir distribuição para toda a população, mesmo que de maneira alternada. Mas é fundamental que as pessoas mantenham o uso econômico da água, priorizando-a para higiene pessoal e alimentação”, disse Fabio Basso, gerente de produção da Sanepar em Curitiba e RMC.

Segundo dados do Simepar, o índice de chuvas registrado nesta primeira quinzena de julho confirma o cenário negativo de precipitações ao longo de 2020 e está 60% abaixo da média histórica. Essa condição reflete-se diretamente nos níveis dos quatro reservatórios de água para abastecimento público na Região Metropolitana de Curitiba, que já registram a preocupante média de 34%. Embora em junho o padrão atmosférico tenha mudado em relação aos meses anteriores, com chuvas que superaram o volume histórico em algumas regiões do Estado, as precipitações concentraram-se em eventos de grande acumulação, como a do último dia do mês.

O “ciclone bomba” do dia 30 de junho trouxe ventos de quase 100 quilômetros por hora, causou muitos estragos, mas a chuva que acompanhou provocou apenas um grande escoamento superficial e pouca penetração no solo, conforme explica o Simepar. Sem chuvas suficientes para recuperar o déficit hídrico, em 2020, a Sanepar tem registrado os menores níveis das barragens que compõem o Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) – Iraí, Passaúna, Piraquara I e Piraquara II – desde 2009. No Passaúna, por exemplo, o nível é de 36,5%.

Antes x Depois

Texto: Maurenn Bernardo

Foto: Marco Charneski

Publicado na edição 1222 – 23/07/2020

Compartilhar
PUBLICIDADE