Iniciada na quarta-feira, 30 de março, a greve promovida pelos sindicatos que representam o funcionalismo municipal, Sifar e Sismmar, entra nesta sexta-feira (1º) em seu terceiro dia e, pelo menos por enquanto, não há previsão para que ela seja encerrada.
Essencialmente, os sindicatos pedem vantagens financeiras: reajuste salarial, aumento no valor do auxílio-alimentação, pagamento de avanços salariais na carreira e contratação de mais funcionários. A Prefeitura, por sua vez, argumenta que está impedida por lei de conceder tais pedidos. Diz ainda que, mesmo se quisesse e a lei permitisse, a situação financeira do Município não possibilita que seja gasto ainda mais dinheiro com o pagamento dos servidores sem que isso influencie diretamente no corte de serviços, como transporte coletivo, remédios, merenda, uniforme escolar, segurança pública e outros.
Com o discurso de cada um dos lados pronto, a greve começou na quarta-feira com os servidores fechando a rua que fica em frente a entrada principal da Prefeitura, além de uma caminhada pelas ruas centrais da cidade. Na quinta-feira (31), a rua fechada pelos sindicatos foi a da entrada do estacionamento do Paço Municipal. Hoje (1º), os manifestantes prometem se concentrar em frente à Câmara de Vereadores às 7h. De lá, eles caminharão até a entrada da casa do prefeito e, em seguida, retornam para o entorno da sede do Poder Executivo.
A Prefeitura, por enquanto, evita aumentar o tom com os sindicatos. Reuniões com os grevistas também não estão nos planos, pois não haveria proposta a ser feita. Segundo a Secretaria Municipal de Comunicação Social (SMCS), tanto Sifar quanto Sismmar conhecem a realidade das finanças do Município, já que tais dados são públicos, e sabem que o que eles estão pedindo não pode ser dado no momento.
Parcial
Ao longo desta semana, O Popular entrou em contato com diversas repartições públicas da cidade e constatou que a greve está concentrada essencialmente nas secretarias de Educação e Saúde. Nas demais pastas, praticamente não há funcionários que tenham aderido ao movimento.
O grande problema, no entanto, é que as duas maiores secretarias da Prefeitura são Educação e Saúde. São elas também as pastas onde estão concentrados os atendimentos diretos à população, como nos casos dos postinhos de saúde, escolas e creches. Nestes locais, aliás, a adesão ao movimento é pouco inferior a 50%. Isto, porém, não quer dizer que mais da metade desses setores esteja funcionando normalmente. Acontece que escolas, cmeis e postinhos só funcionam em sua totalidade se cada categoria de servidores estiver fazendo à sua parte. Logo, quando parte dos professores não vai trabalhar, a outra não pode simplesmente assumir as salas dos grevistas, o mesmo acontece nas creches e também nos postos de saúde.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: Everson Santos