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Justiça arquiva denúncia contra suspeito de triplo homicídio ocorrido em Araucária

Justiça arquiva denúncia contra suspeito de triplo homicídio ocorrido em Araucária

A Justiça do Paraná arquivou a denúncia contra um dos homens acusados pelo assassinato de três pessoas em Araucária, ocorrido em 3 de novembro de 2012, sendo a mãe Ivonete Gonçalves, de 44 anos, o filho Anderson Sergio Portes, de 27, e o padrasto Edemilson Tadeu Panchulo, de 51.

Na decisão da última segunda-feira (18/09), a juíza responsável pelo processo entendeu que não existem indícios de autoria suficientes para submeter o acusado Ronaldo Portes Ribeiro, de 30 anos, a júri popular. Sobrinho de Ivonete e primo de Anderson, ele sempre negou o crime.

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), na manhã do dia 3 de novembro, Ronaldo e o comparsa André Luis do Nascimento invadiram a casa da família, depois de arrombarem a porta do imóvel, e efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra todos que estavam no local. Anderson e Edemilson morreram na hora, enquanto Ivonete chegou a ser socorrida com vida e morreu dias depois no hospital. Antes de falecer, no entanto, ela identificou quem teriam sido os autores do crime: seu sobrinho Ronaldo e André.

Ainda conforme a denúncia, o alvo da execução era Anderson e a motivação para o triplo homicídio em Araucária seria o fato dele ter se desentendido com um traficante, identificado apenas como Leandro, isso porque a namorada do homem o deixou para ficar com a vítima. Os atiradores então teriam cometido os assassinatos para vingar o suposto amigo com quem também teriam envolvimento na venda de drogas.

Na época, jornais que noticiaram o crime brutal destacaram que o casal tinha dois filhos com cerca de dez anos e que, por sorte, eles dormiram na residência dos avós na noite anterior. Do contrário, também poderiam ter sido vítimas da chacina.

Segundo o advogado criminalista Heitor Luiz Bender, que defende Ronaldo, seu cliente foi impronunciado por falta de indícios e porque testemunhas compareceram ao tribunal para afirmar que ele estava em outro local na hora do crime. “Outro testemunho chave foi o depoimento de uma prima de Ronaldo e filha de Ivonete. Ela contou que no hospital, a mãe voltou atrás e se retratou dizendo não ter sido Ronaldo o autor dos disparos, mas sim uma pessoa conhecida por Giovaninho”, pontua Bender.

O advogado explica que na impronúncia o caso fica arquivado, mas pode ser reaberto caso surjam novas provas que liguem o acusado ou mesmo uma terceira pessoa ao crime. Ele ainda destaca que o outro acusado, André, não responderá pelos assassinatos porque morreu no início deste ano e que teria um terceiro envolvido, só que as investigações, no sentido de identificar a qualiaifcação dessa pessoa, não avançaram.

“O André teve a punibilidade extinta porque morreu antes de ir a julgamento. Se ainda estivesse vivo continuaria sendo acusado, pois ao contrário do que ocorreu com Ronaldo, a vítima Ivonete o reconheceu e manteve a afirmação de que ele era autor do crime, entre outros fatores. No caso do ‘Giovaninho’, houve falhas na investigação, o processo ficou parado durante muito tempo, e não houve novas diligências. Sendo assim, com base nas provas que tinha, o Ministério Público optou por oferecer denúncia em face apenas do André e do Ronaldo. Não acredito que agora, decorridos mais de 10 anos, a polícia volte a investigar esse caso, volte a trazer elementos, ou seja, essas pessoas que faleceram jamais vão ver a justiça sendo feita em seus nomes”, completa Bender.

Relembre o crime

Um acerto de contas por roubo e drogas teria sido o motivo que destruiu uma família após um triplo homicídio que chocou Araucária no dia 3 de novembro de 2012. Na data, a Polícia Militar recebeu a informação que na Rua das Pitangueiras, no bairro Arvoredo, havia três pessoas vítimas de disparo de arma de fogo. Quando chegou ao local, já encontrou o pai Edmilson Tadeu Panchulo e o enteado Anderson Sergio Portes mortos. A mãe, Ivonete Gonçalves, estava gravemente ferida, foi encaminhada ao hospital, mas também morreu logo depois.

Segundo apurado nas imediações, o crime teria sido cometido por dois elementos, que invadiram a casa atirando para todos os lados. A barbárie teria sido motivada por um desentendimento entre Anderson e os autores.

Edição n.º 1382

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