A força tarefa composta pelos promotores de justiça de Araucária, David Kerber de Aguiar, João Carlos Negrão, Josilmar de Souza Oliveira e Thiago Artigaz Niclevicz têm quinze dias para apresentar à Justiça denúncia contra o prefeito afastado Rui Sérgio Alves de Souza (PTC), preso na terça-feira, 20 de dezembro, na operação Fim de Feira, deflagrada pelo MP de Araucária em conjunto com o GAECO.
Rui, que foi transferido ainda ontem para a Casa de Custódia de Piraquara é suspeito, juntamente com outros servidores municipais comissionados, de ter praticado os crimes de concussão e lavagem de dinheiro, em associação criminosa (exigência de dinheiro para liberar valores de contratos com a prefeitura e, até mesmo, para firmar contrato).
A prisão de Rui foi decretada na sexta-feira passada, 16 de dezembro, pelo desembargador José Carlos Dalacqua, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). Numa decisão de 36 páginas, o magistrado ainda decretou a prisão de Joasiel Guilherme Soares, uma espécie de preposto utilizado por Rui no contato com fornecedores da Prefeitura. Guilherme, no entanto, ainda não foi localizado e é considerado um foragido da Justiça. Esta semana teria havido a informação de que ele iria se entregar, mas até o fechamento desta edição, isto não havia acontecido.
Além de Rui e Guilherme, também foi decretado a prisão temporária de Fabio Antonio da Rocha, que até o início do mês era secretário de Finanças da cidade. Vários mandados de busca e apreensão de documentos também foram cumpridos pelos agentes do GAECO, a maioria deles nas casas de secretários municipais de Rui.
Conforme apurou nossa reportagem, ao longo desta semana os promotores de justiça de Araucária estão colhendo diversos depoimentos de funcionários e fornecedores da Prefeitura, sendo que já teria havido mais relatos de como agia o grupo. Muitos dos ouvidos, inclusive, procuraram o MP espontaneamente para contar a maneira como eram abordados.
Cargos em comissão
Entre os documentos que teriam sido apreendidos pelo GAECO na sede da Prefeitura haveria, inclusive, relações de cargos em comissão e os responsáveis por sua indicação. O MP também pretende investigar agora se poderia estar havendo o repasse de parte do salário desses CCs ao prefeito afastado ou outros membros do grupo.
Texto: Waldiclei Barboza / Foto: marco charneski