A semana em Araucária foi movimentada no campo político/policial. Tudo por conta da deflagração de mais uma etapa da operação Fim de Feira, que já havia prendido o então prefeito Rui Sérgio Alves de Souza (PTC), em dezembro passado.
A nova fase da operação foi deflagrada na segunda-feira, 9 de janeiro, com o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva. Todos os alvos eram ex-secretários municipais. Em Araucária foi presa a ex-secretária de Governo, Fernanda Karas. Em Santa Catarina foi detido o ex-procurador geral, Carlos Alberto Grolli. Outro mandado cumprido foi em desfavor de Fabio Antonio da Rocha, que era secretário de Finanças de Rui. Fábio, aliás, já havia sido alvo da primeira fase. Na oportunidade, ele foi preso provisoriamente por cinco dias e já deveria estar em liberdade. Sabe-se lá porque, no entanto, o ex-secretário permanecia detido e os agentes que cumpriram os mandados desta semana nem tiveram o trabalho de levá-lo novamente para detrás das grades.
Os outros dois alvos desta semana foram Marcio Silva Salgado (ex-secretário de Meio Ambiente) e Edson Luiz Braun (ex-secretário de Obras Públicas). Ambos, porém, não foram encontrados nos endereços à disposição dos agentes e já são considerados foragidos da justiça. Havia a informação de que eles se apresentariam espontaneamente ao longo desta semana, mas até o fechamento desta edição, eles não haviam feito isso. Além dos dois, também segue foragido Joasiel Guilherme Soares, que teve a preventiva determinada na primeira fase da operação. Guilherme, como ficou conhecido na cidade, não era secretário de Rui e atuava como espécie de preposto deles no achaque a empresários.
Denúncia
As prisões preventivas contra os cinco ex-secretários foram decretadas pelo juiz substituto Fábio Luis Decoussau Machado, que estava respondendo pelo plantão criminal do Fórum de Araucária. Na primeira fase da operação, as ordens haviam sido determinadas pelo Tribunal de Justiça do Paraná, já que Rui era prefeito e tinha foro privilegiado.
Os pedidos de prisão preventiva desta semana foram feitos pelo Ministério Público de Araucária, já na apresentação de denúncia contra Rui e os outros integrantes de uma organização criminosa montada na Prefeitura. Isto, segundo os promotores David Kerber de Aguiar, João Carlos Negrão, Josilmar de Souza Oliveira e Thiago Artigaz Niclewicz, responsáveis pelo caso. Além do crime de organização criminosa, o MP acusa os réus de terem praticado delitos como lavagem de dinheiro, concussão e usurpação da função pública.
A pedido do MP, a Justiça também determinou o bloqueio de ativos financeiros existentes nas contas de todos os sete réus do processo.
Texto: Waldiclei Barboza / Fotos: Divulgação / Marco Charneski
