Os casos de gestantes fumantes em Araucária apresentaram uma elevação entre os anos de 2022 e 2023 (os números de 2024 ainda não foram calculados). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), em 2022, de um total de 1.531 gestantes atendidas, 57 eram tabagistas, resultando em 3,72% do total. No ano seguinte, 2023, o número total de gestantes aumentou para 1.797, e o número de tabagistas também subiu para 72, o que corresponde a 4,01% do total do ano.
“Essa elevação, ainda que sutil, indica que a questão do tabagismo entre gestantes permanece relevante e requer esforços contínuos para a prevenção e conscientização. Esses números destacam a importância de realizar educação em saúde constantemente e oferecer apoio para gestantes que desejam parar de fumar, visando a redução do tabagismo e, consequentemente, a promoção de uma gestação mais saudável. Esse trabalho já ocorre, mas é sempre um desafio”, pontua a SMSA.
No Brasil
Uma pesquisa feita pelo Inca – Instituto Nacional do Câncer, divulgada recentemente, mostra que em sete anos, o número de gestantes fumantes aumentou cerca de 70% no Brasil. A pesquisa, feita em parceria com a Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, aponta que metade das fumantes são jovens entre 18 e 24 anos, de baixa renda e tem pouca escolaridade.
Segundo um dos autores da pesquisa, entre as estratégias usadas pela indústria do tabaco no convencimento de jovens para o fumo estão a normalização dos dispositivos eletrônicos para fumar e os custos econômicos. Esse fato contribui com o número cada vez maior de gestantes fumantes.
Consequências
O fumo é responsável por diversas deficiências que podem acontecer com o feto durante a gestação ou mesmo após o nascimento. O mesmo vale para as gestantes que são fumantes passivas, que também expõem o feto a riscos. A nicotina presente no cigarro, por exemplo, reduz o fluxo de sangue para a placenta, e isso faz com que a disponibilidade de oxigênio para o feto seja menor, podendo causar aumento da frequência cardíaca fetal.
O fumo também pode causar o baixo peso do bebê ao nascer; gravidez tubária; deslocamento prematuro da placenta; deficiências no coração, cérebro e face.
Edição n.º 1431.