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O voto silencioso

Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

Em tempos de uma polaridade política que beira ao absurdo, já que é baseada menos na discussão de ideias e mais num ódio que – se pensarmos bem – sequer sabemos direito quando começou, é sempre necessário buscarmos parar e pensarmos nas razões que nos levam a escolher um candidato para nos representar, seja no Poder Legislativo ou Executivo.

Faltando dez dias para irmos as urnas, é hora de colocarmos o pé no chão. É hora de falarmos menos e pensarmos mais. O voto é um exercício silencioso da democracia. É por isso que ele é secreto. É por isso que ele é feito numa urna protegida por uma cabina.

Isto, obviamente, não quer dizer que você não deva defender o voto em seu candidato. É salutar o processo de tentar convencer o amigo, o vizinho, o familiar de que o seu predileto é uma opção mais adequada para o exercício deste ou daquele cargo. Mas até essa defesa precisa ser feita sem alterar o tom de voz. A partir do momento que você precisa aumentar a entonação de suas cordas vocais para se fazer ouvido num diálogo a dois ou três é sinal de que a digestão daquele assunto não está sendo bem feita pelo seu interlocutor.

Então, tomemos cuidado. Não há verdades absolutas em política. Não haverá, nunca, um eleito por unanimidade. Até porque, como diria o saudoso Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”. E numa democracia, a alternância de poder é essencial para avançarmos enquanto país. É por isso que existem eleições a cada quatro anos. E é também por isso que até a possibilidade de reeleição é limitada em cargos executivos.

Faltam poucos dias para as eleições e quem as decidirá não serão os cabos eleitorais deste ou daquele candidato. Quem as decidirá é você, cidadão comum, que fala pouco sobre o assunto, mas que precisa pensar muito até chegar aquele momento em que você estará ali, sozinho, olhando para a urna eletrônica. Só você, ela e seu desejo de termos um país, um estado e uma cidade melhor!
Pense nisso e boa leitura!

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