Com o biênio final de seu mandato já em curso, o prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) deve promover algumas mudanças pontuais em sua administração. As alterações eram para ter acontecido em dezembro, foram adiadas para o início de janeiro, depois para o fim do mês e, agora, o novo prazo é a semana pós-Carnaval.
A mexida no secretariado deve alcançar as secretarias de Agricultura, Segurança Pública, Assistência Social, Trabalho e Emprego e Planejamento. As duas últimas, aliás, já estão com os cargos de secretário vagos há algum tempo. No caso da Secretaria de Assistência Social (SMAS); a mudança já até ocorreu. A primeira-dama Belquis de Fátima Ferreira resolveu deixar o posto para se dedicar exclusivamente à Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI), uma função que não é remunerada. Ivana Chemello Opis, que já foi secretária de Educação na primeira gestão de Olizandro e que nesta administração estava à disposição da Secretaria de Planejamento ficará com o cargo de secretária de Assistência Social.
Já para a Secretaria de Trabalho e Emprego (SMTE) o prefeito deve mandar o vice Rui Sérgio Alves de Souza (PT), que desde que deixou a Cohab, em abril do ano passado, ocupava apenas a figura decorativa de vice-prefeito. Ao que se sabe, ao entregar a SMTE a Rui, Olizandro quer acalmar os ânimos dentro do PT local. A direção municipal da legenda estaria insatisfeita com sua participação dentro do governo. Isso porque desde que o vice deixou a Cohab e o vereador Clodoaldo Pinto Junior (PT) saiu da Secretaria de Obras Públicas (SMOP), o partido ficou sem nenhum cargo de primeiro escalão.
Ainda dentro desse esforço para satisfazer o PT, Olizandro também deve indicar outro petista histórico, Rivadal Padilha, para ocupar um cargo de direção numa das companhias da administração indireta. Hoje, apesar de não possuir qualquer afinidade com a área, Rivadal está encostado na Secretaria de Segurança Pública (SMSP), na função de corregedor da Guarda Municipal.
Na Secretaria de Planejamento, cuja direção vem sendo exercida cumulativamente ao cargo de secretário de Obras, pelo engenheiro Fábio Alceu Fernandes, o prefeito pretende uma solução caseira. Deve colocar ali um técnico da própria pasta, o nome já estaria definido, mas ainda não foi divulgado. Com isso, Fábio Alceu ficaria mesmo só com o comando da SMOP, que, no entendimento de Olizandro, tem realizado um trabalho satisfatório.
As outras duas mudanças, nas secretarias de Agricultura e de Segurança Pública, ainda dependem da definição dos novos donos dos cargos, mas Olizandro já estaria convencido de que os atuais titulares, Carlos Augusto Siqueira do Couto e Capitão Joval, respectivamente, não continuam nos postos. Na Secretaria de Agricultura (SMAG), inclusive, a mudança deve alcançar a direção geral da pasta. Os substitutos são uma incógnita, mas a principal missão da nova dupla seria dar alguma visibilidade para a pasta, que sumiu nesta administração, além – claro – de colocar o Armazém da Família para funcionar, que está fechado desde o final da administração passada. Havia, a propósito, uma expectativa de que esse serviço voltasse a abrir suas portas agora em fevereiro, mas sequer o novo convênio com a Prefeitura de Curitiba, mantenedora do programa, foi assinado ainda. Embora não admita publicamente, Olizandro deposita boa parte da culpa pelo armazém permanecer fechado na passividade da direção da SMAG.
No caso da Segurança Pública, os boatos são de que o secretário de Segurança do Estado, Fernando Francischini (SD), teria indicado uma pessoa para substituir Joval. O oferecido, no entanto, não agradou. Faltaria a ele experiência e expertise para a função. Além disso, ele e sua família teriam uma relação quase que umbilical com o ex-prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB), adversário político mortal de Olizandro. Ao que se sabe, o prefeito já teria descartado a indicação e comunicado a Francischini que precisa de um outro nome.
Texto: Waldiclei Barboza
