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Ortopedista aponta principais fatores que podem provocar quedas entre idosos
Foto: Divulgação

À medida que uma pessoa envelhece, quedas podem se tornar frequentes, com consequências desastrosas ou até fatais na vida de um idoso. A morte do cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos, provocada por uma queda no banheiro de casa, e o traumatismo craniano sofrido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, que caiu enquanto cortava a unha do pé, são exemplos recentes desse tipo de acontecimento.

Para o Dr Emerson Albertasse, ortopedista e traumatologista da Clínica São Vicente (CSV), as quedas na terceira idade estão ligadas a alterações no equilíbrio e na marcha, pois com o envelhecimento, é comum ocorrer perda de força muscular e flexibilidade; a problemas de visão, idosos tem dificuldades visuais que podem impedir a percepção de obstáculos; ao uso de certos medicamentos, considerando que alguns remédios podem causar tonturas ou sonolência; às doenças crônicas, que levam a condições como Parkinson, artrite, demência e diabetes que afetam a mobilidade e o equilíbrio; ambientes domésticos inseguros, a exemplo de tapetes soltos, pisos escorregadios e pouca iluminação.

“Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 28 a 35% das pessoas com mais de 65 anos sofrem uma queda por ano, e esse número aumenta para 32 a 42% após os 70 anos. As quedas tornam-se mais frequentes a partir dos 65 anos, mas o risco aumenta significativamente após os 75 anos. Nessa faixa etária, fatores como os já citados, contribuem para o aumento das quedas”, afirma o médico.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia aponta que as quedas, principalmente as que acontecem dentro de casa, podem resultar em diversos tipos de fraturas, sendo as mais comuns: fraturas de quadril: frequentemente requerem cirurgia e podem levar a complicações sérias; fraturas de punho e braço: ocorrem ao tentar amortecer a queda com as mãos; fraturas vertebrais: causadas pelo impacto ou agravadas pela osteoporose; e fraturas de tornozelo e perna: podem comprometer a mobilidade por longos períodos.

“De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), as fraturas que levam a sequelas permanentes representam 30% a 50% dos casos. Lembrando que os idosos que sofrem fratura de quadril não recuperam o nível de mobilidade anterior e podem necessitar de ajuda para atividades diárias. Com relação aos óbitos, dados do INTO mostram que aproximadamente 20% dos idosos que sofrem fratura de quadril acabam falecendo dentro de um ano após a queda, devido a complicações como infecções e tromboses”, ilustra Dr Emerson, que também é diretor técnico da CSV.

Recuperação de fraturas

Outro ponto preocupante com relação às quedas entre idosos é a recuperação de fraturas, que tende a ser mais lenta devido a fatores como osteoporose e outras condições de saúde. A maioria das fraturas, especialmente as de quadril e fêmur, necessita de intervenção cirúrgica para realinhamento e fixação dos ossos. “Além da cirurgia, é fundamental um programa de reabilitação com fisioterapia para recuperar a força e a mobilidade”, ressalta.

Para prevenir as quedas, Dr Emerson diz que o ideal é o idoso passar por avaliações médicas regulares, para monitorar a saúde geral e identificar riscos. Também é necessária a revisão de medicamentos para ajustar doses ou substituir remédios que causam efeitos colaterais como tontura. Ainda na lista está a necessidade de realizar exames de visão e audição, já que problemas sensoriais podem afetar o equilíbrio.

“O idoso deve seguir programas de exercícios, recomendados por profissionais, focados em equilíbrio, força e flexibilidade. É importante ainda que haja a educação sobre prevenção de quedas. É preciso informar o idoso e a família sobre os riscos e medidas preventivas, isso conforme preconiza a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia”.

Casa adaptada

Quando se tem idosos na casa, algumas adaptações acabam sendo essenciais para prevenir possíveis quedas. Entre elas, instalação de barras de apoio no banheiro, corredor e próximo a escadas; uso de pisos antiderrapantes, especialmente em áreas molhadas como o banheiro e a cozinha; iluminação adequada para garantir boa luminosidade em todos os ambientes, incluindo luzes noturnas; remoção de tapetes soltos e obstáculos; evitar móveis no caminho e fios expostos; ajustar a altura de móveis como cadeiras e camas em alturas confortáveis para que o idoso possa sentar e levantar em segurança. “A Anvisa afirma que pequenas adaptações no ambiente doméstico podem reduzir em até 50% o risco de quedas entre os idosos”, observa o ortopedista.

Ele cita ainda os benefícios que uma atividade física regular pode proporcionar aos idosos, como a melhora do equilíbrio e da coordenação, reduzindo assim o risco de tropeços; fortalecimento muscular, pois os músculos mais fortes ajudam na estabilidade; aumento da flexibilidade e da mobilidade articular, facilitando movimentos seguros; melhora da saúde óssea, pois atividades de impacto leve ajudam a fortalecer os ossos. “Nas recomendações do Ministério da Saúde incluiu-se a prática de algumas atividades como caminhada, tai chi chuan, yoga e exercícios funcionais adaptados”.

Serviço

Para consultas de ortopedia e traumatologia ou demais especialidades médicas, os contatos da Clínica São Vicente são pelo fone (41) 3552-4000 ou WhatsApp: (41) 98780-1440.

Edição n.º 1441.

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