Paciente oncológica encoraja outras mulheres a superarem a doença

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Paciente oncológica encoraja outras mulheres a superarem a doença
Rosely tem uma autoestima excelente e hoje lida bem com o tratamento e suas limitações. Foto: divulgação

O Outubro Rosa é conhecido como o mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama. Infelizmente, este tipo de câncer ainda é o que possui maior incidência no Brasil. Mas dados obtidos em pesquisas apontam o aumento da sobrevida dos pacientes e também demonstram importantes avanços no tratamento. E a informação é, sem dúvida, a maior arma em relação ao assunto. Quanto mais soubermos dos detalhes da prevenção, mais fácil fica o tratamento e a condução para o processo de cura, e, consequentemente, o enfrentamento da doença.

Os avanços referentes ao diagnóstico precoce auxiliam as pessoas a enxergar o câncer de mama não como uma sentença de morte, mas sim como uma doença que tem cura. Mas é evidente que não devemos nos preocupar com a prevenção apenas no mês de outubro. Se prevenir e se informar são ações que devem ser realizadas ao longo de todo o ano. O câncer tem cura e é preciso entrar de peito nessa luta e se prevenir.

E é isso que a maioria das mulheres vem fazendo. Rosely Gonçalves Pinheiro, de 53 anos, descobriu o câncer de mama em março de 2019. A auxiliar de odontologia conta que costumava fazer exames de rotina, e ao receber o diagnóstico, a primeira coisa que lhe veio à cabeça, foi o fato de saber que durante o tratamento perderia seus cabelos. “Essa foi a parte mais difícil pra mim, por incrível que pareça. E é claro que quando recebemos o diagnóstico do câncer, parece que o mundo vai desabar, passa um filme em nossa cabeça. Minha rotina mudou muito depois da doença, porque já não posso fazer quase nada do que fazia antes, como exemplo as tarefas domésticas, qualquer esforço já sinto muita dor. Retornei ao trabalho, mas também não posso executá-lo, pois na odontologia tenho que usar bastante os braços e isso incomoda bastante, meu braço incha muito e sinto dores por causa da mastectomia (retirada da mama)”, lamenta.

Rosely está em tratamento no Hospital do Rocio, em Campo Largo, e apesar de ter se adaptado à nova rotina, de vez em quando se vê diante do sentimento de impotência por conta da doença. “São muitos questionamentos e perguntas sem resposta que às vezes surgem na minha cabeça, do tipo ‘Por que eu? Será que chegou meu fim?’, e tudo isso acaba mexendo com o psicológico da gente. Graças a Deus tenho muito apoio dos meus amigos e da minha família, que me ajudam a superar tudo isso”, diz.

Rosely relata também que a experiência que está vivendo lhe anima a encorajar outras mulheres. E é para elas que a araucariense faz questão de dar um conselho: “Se você receber o diagnóstico de câncer, tenha esperança, seja forte, lute por sua vida, seja corajosa, pois se não agirmos assim, não venceremos essa guerra. Viver vale a pena! E eu celebro todos os dias o dom de viver. Amo viver, com restrições agora, mas sigo em frente, com alegria, fé e coragem”, aconselha.

Direitos

Assim como muitas mulheres, Rosely acredita que mudanças ainda precisam ser feitas em relação aos direitos das pacientes oncológicas, principalmente no mercado de trabalho. “Os empregadores precisam dar uma nova chance para os pacientes oncológicos, hoje existe muita propaganda de apoio a essas pessoas, principalmente durante a campanha Outubro Rosa, mas infelizmente muitas pacientes que procuram emprego, estando aptas para o trabalho, encontram as portas fechadas devido às suas condições de saúde”, observa a auxiliar de odontologia.

Ela ressalta que muitas também não têm condições de voltar ao trabalho devido às sequelas deixadas pela doença e não conseguem auxílio do INSS, tendo dificuldades até do próprio sustento. “São situações que precisam ser repensadas, porque hoje existe um grande número de pacientes oncológicos que estão apenas aguardando novas oportunidades na vida”, complementou.

Auto estima

Rosely participa das atividades da ONG EVA, que atende mulheres em tratamento contra o câncer e suas famílias. Para ela, o trabalho desenvolvido pela entidade é maravilhoso, porque as mulheres se sentem acolhidas, amadas e protegidas. “Por ser mulher e ter feito a mastectomia, minha autoestima tinha caído um pouco, porém com o apoio da ONG, passei a me sentir muito especial. Hoje eu gosto de mim mesma. Tenho uma boa autoestima, tanto que vou participar do próximo Miss EVA, até já fiz minha inscrição”, comemora Rosely.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1282 – 07/10/2021

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