O povo de Deus, quando chegou na terra prometida, criou as suas leis, de acordo com aquilo que eles acreditavam ser a vontade de Deus. Eram leis muito humanas, pensado no bem do povo, no cuidado com a terra e com as relações humanas. E entre essas leis, a mais importante se referia ao dia do sábado, como o dia do descanso no Senhor. Desde sexta à noite, eles se recolhiam após três toques de sirene, e, dispunham do seu tempo para a família e para o encontro na sinagoga, no sábado pela manhã, com a palavra de Deus. Era um dia de festa, de alegria, de gratidão a Deus pela vida e pela semana a eles concedida, como bondade divina.
Nesse dia eles vestiam as melhores roupas, realizavam as três refeições, com carne e vinho, durante a semana, eles comiam somente um pão pela manhã e a comida da noite, a pobreza não lhes permitia ter todas as refeições, mas, no sábado, as refeições eram completas.
A lei do sábado, como dia do descanso, esteve sempre muito presente na vida do povo judeu, como a lei das leis. Mas ela tinha um cunho festivo, inclusive, nesse dia as portas das famílias permaneciam abertas, para acolher algum transeunte com fome. O dia era de imensa alegria no Senhor. Infelizmente, essa lei com o passar do tempo, foi perdendo essa sua originalidade festiva, criando uma série de proibições. Tornou-se, mais do que um dia de festa, um dia de preceito, de limitações e imposições. Criaram 39 leis a respeito do sábado e, com desdobramentos para cada uma. De um festivo que era movida pela alegria, tornou-se como um dia pesado, cheio de normas e regras, limitando muitas ações humanas. Em vez do sábado ser um dia a serviço do homem, o homem tornou-se escravo do sábado, ou seja, escravo da lei.
Jesus, pelo contrário, coloca o ser humano acima de toda lei. Para ele, o bem estar, a cura, a vida da pessoa está acima de tudo. Parece que de modo até proposital, ele cura num dia de sábado, deixando os judeus muito enfurecidos. Ele é um defensor implacável daquilo que possa realizar e fazer o bem para cada um. Naturalmente, ele não é contra a lei, pois uma sociedade sem leis seria anômala e as pessoas fariam o quem bem entendessem. Viraria um caos, uma confusão, mas lei não deve ser uma carga, um prejuízo, um mal estar ou apenas uma obrigação dura e arbitrária. Ela deve favorecer para a plena realização da pessoa humana.
O que move a lei não é uma imposição fria e calculista, mas o amor que quer somente o bem de todos. Quando a lei não favorece o pleno desenvolvimento da raça humana, ela perde a sua razão de ser e de existir. A lei do sábado para Jesus, está a serviço da vida e, por isso ele cura neste dia, deixando alegre e feliz o curado, e elevando a glória e o amor de Deus, O sábado, para nós cristãos, com a ressurreição de Jesus, passou a ser celebrado no domingo. É o dia do descanso no Senhor, e é um dia festivo e de alegria. Eu tenho por hábito, desde a minha infância, de usar nesse dia uma roupa melhor, mais social, para distinguir dos demais dias da semana. É natural que nós também melhoremos a comida nesse dia, com um churrasco e um cerveja ou vinho, para comemorar de modo festivo. Mas, sobretudo, é dia de nos dirigirmos à Igreja para agradecer a Deus a semana e pedirmos luzes e forças para a semana que está se iniciando. Por que, para o cristão, domingo sem missa, semana sem graça.