Uma parceria que acaba de ser firmada entre o Clube Atlético Paranaense e as Promotorias de Justiça da Infância e Juventude de Araucária e Curitiba pretende incentivar o apadrinhamento afetivo de crianças e jovens que vivem em casas de acolhimento, através do projeto Padrinho Torcedor. O Atlético apresentou a iniciativa no sábado, 28 de julho, mas os detalhes desta parceria foram definidos na quarta-feira, 25 (Dia Nacional da Adoção) entre o clube e representantes do Ministério Público, Poder Judiciário e das ONGs Recriar e Projeto Dindo.
Através deste projeto, o Atlético divulgará o trabalho das ONGs entre seus sócios e torcedores, com intuito de incentivar o apadrinhamento afetivo, oferecendo convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes que vivem em abrigos e já têm uma idade em que a possibilidade de adoção é mais difícil. Em alguns casos de apadrinhamento, as famílias se envolvem afetivamente com seus afilhados e acabam surgindo adoções tardias.
“Nós convidamos o Atlético Paranaense para que os projetos de apadrinhamento possam ser divulgados. É interessante porque existe uma grande dificuldade de adoção das crianças e jovens que estão fora do perfil que os adotantes procuram e os programas de apadrinhamento representam a oportunidade para que eles possam ter uma convivência familiar e comunitária”, argumenta o promotor da Vara da Infância e Juventude de Araucária, David Kerber de Aguiar.
De acordo com ele, existem três tipos de apadrinhamento. O primeiro é o afetivo, em que se visita o afilhado regularmente, proporcionando uma relação de família e de troca de afeto, podendo ainda resultar em uma adoção. O segundo é o provedor, onde uma empresa ou pessoa física dá o suporte material ou financeiro para a criança ou jovem, como o custeio de cursos profissionalizantes, de inglês e outros. E o terceiro é o padrinho financeiro, que não tem condições de estabelecer vínculos, mas se habilita para apadrinhar crianças e jovens, apenas doando recursos financeiros.
“Em Araucária já tivemos três casos de apadrinhamento que acabaram em adoção. Mas a fila de adoção ainda é grande, hoje temos uma criança ou adolescente para cada seis casas adotantes. Temos nove crianças acima de 11 anos que possuem o perfil que os adotantes procuram”, analisa o promotor.
Quem pode apadrinhar
Entre os requisitos para se tornar padrinho estão a disponibilidade para participar ativamente da vida do afilhado, possuir mais de 18 anos e ter ao menos 16 anos de diferença com a criança ou adolescente que deseja apadrinhar, além de participar de reuniões com a equipe responsável pelo programa.
Foto: divulgação
Publicado na edição 1124 – 02/08/18