O processo de privatização da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), da Petrobrás, já está em andamento. Em virtude desse cenário, o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (SISMMAR) vem a público repudiar a ação dos governos que pretendem entregar mais uma estatal lucrativa nas mãos de empresários milionários.
Para entender a importância da Repar para o município de Araucária, é essencial ter conhecimento de alguns dados. A refinaria é responsável por 80% do valor total de impostos arrecadados pela cidade, sendo que todo esse dinheiro hoje é investido em serviços públicos, como educação, saúde e assistência social, entre outros.
Ou seja, a estatal atualmente é responsável por grande parte da verba que é destinada aos serviços que são essenciais para a população de Araucária, como escola pública e postos de saúde, entre outros. A partir do momento em que for vendida, é importante ter consciência que os empresários milionários não têm essa preocupação com a população, pois miram apenas na lucratividade.
Vivemos em um momento político no qual boa parte dos políticos que estão no poder tentam vender a ideia de que os serviços públicos não são bons e, por isso, as estatais devem ser vendidas. Mas, isso não é verdade, pois se hoje as famílias precisam da escola pública para que os filhos tenham uma chance de estudo, como poderiam ficar sem as creches e escolas gratuitas?
É uma grande ilusão acreditar que o Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, pode ser vendido porque não atende à expectativa da população. Uma pessoa que procura atendimento público em hospitais pode até não ter o atendimento com a rapidez desejada, mas as camadas mais pobres da sociedade teriam como pagar por esses serviços? Não.
Assim sendo, é preciso ter em mente que dependemos desses serviços públicos e precisamos protegê-los, bem como devemos também proteger as estatais, como a Repar, que contribuem muito com o desenvolvimento dos municípios brasileiros.
Uma vez que essa empresa for entregue na mão de empresários, outro problema também é a precarização do trabalho. Atualmente a Repar é responsável por 12% da produção nacional de petróleo e emprega centena de trabalhadores. Se for vendida, esses funcionários não terão mais a garantia de que seus direitos trabalhistas serão respeitados pelos empresários que só pensam em lucrar e não se importam com a saúde e dignidade do trabalhador.
Por todos esses motivos, o SISMMAR se manifesta contrário à privatização da Repar e de todas as outras estatais do Brasil, como é o caso dos Correios. Em defesa da soberania nacional, o sindicato também tem participado, por meio de sua direção sindical, de todas as mobilizações e atos em defesa da educação e contra a privatização. Não aceitamos a venda do Brasil. Queremos o dinheiro do petróleo para a educação!
Publicado na edição 1184 – 10/10/2019