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Projeto “Bebê de Arroz” da Colégio Adventista conscientiza estudantes sobre gravidez na adolescência

A adolescência é a época de muitas descobertas. É nessa fase que o pico nos níveis hormonais, por exemplo, pode levar ao início da vida sexual, que pode acontecer de forma desprotegida e acabar em uma gravidez precoce. É por isso que o Colégio Adventista de Araucária encontrou uma maneira lúdica e ao mesmo tempo radical, para tentar fazer com que seus alunos entendam a gravidade da situação. O projeto “Bebê de Arroz”, que envolveu alunos do 8º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio, teve como foco o cuidado ininterrupto de bonecos, representados por sacos de arroz de 5kg, no período de uma semana. A proposta era fazer com que os estudantes tivessem, na prática, uma pequena amostra do que seria uma gravidez precoce.

“O projeto de sexualidade, que também é desenvolvido em outras escolas da Rede Adventista, teve como principal objetivo oportunizar aos estudantes a reflexão sobre a responsabilidade que cuidar de um bebê exige. A abertura do projeto contou com a participação do Pr. Alisson, que apresentou para os adolescentes a importância de cuidar e preservar o corpo e o coração para um relacionamento afetivo seguro e responsável”, explicou a orientadora educacional e coordenadora do projeto Maiza Trabuco. Ela desenvolveu esse trabalho com os alunos juntamente com a professora Joelma Margarete Ehms Cebulski.

As educadoras relatam que durante uma semana, os estudantes incluíram o bebê de arroz em sua rotina escolar. Nesse período, o bebê permanecia no colo. Foram realizadas pesquisas de forma interdisciplinar, na matemática, por exemplo, o objetivo era levantar dados sobre o orçamento necessário para cuidar de um bebê quando não se tem plano de saúde, e ainda os custos que os pais teriam para manter uma escola particular até a adolescência do(a) filho(a). “Finalizamos o projeto com a entrega das pesquisas desenvolvidas ao longo da sua execução e com a doação dos quilos de arroz, que serão destinados a uma instituição sem fins lucrativos”, comentou Maiza.

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Uma lição de vida para os estudantes

Pelos depoimentos dos estudantes, é possível ter uma ideia de como o projeto “Bebê de Arroz”, atingiu os objetivos propostos. A estudante Maria Eduarda Rolim disse que a experiência com o projeto de sexualidade proposto pela escola lhe trouxe pensamentos sobre decisões e escolhas. “Aprendi que o papel de mãe é o mais importante na vida de qualquer indivíduo, e nesse caso, de um arroz de 5kg. É muita responsabilidade, acordar mais cedo para ajeitar a roupinha e a coberta, levar ao banheiro, dar almoço e tudo mais. Mais uma vez o versículo de Eclesiastes 3 é real ‘há um tempo determinado para todas as coisas’. Aprendi e colocarei em prática, pensando nas minhas escolhas e tendo a certeza de que um bebê precisa de amor, cuidado, proteção e a mãe precisa ter responsabilidade para cuidar e proteger e muito amor para dar”, comentou a jovem.

Beatriz Vieira também achou a experiência incrível. “Na semana, vivenciei algo que foi como um preparo para o futuro. Foi de extrema relevância esse projeto, aprendi que cuidar de um bebê requer muito cuidado e carinho e também propõe muito esforço e dedicação. Além disso, aprendi que os principais requisitos para se ter um filho e uma vida saudável ao mesmo tempo é esperar o tempo certo e confiar em Deus”.

“Trabalhar com o projeto do bebê de arroz foi bem complicado pelo fato de ter que cuidar como se fosse uma criança de verdade, segurar no colo, levar para todo lugar, e também ter que lidar com o peso. Vi muitas pessoas reclamando de como era complicado levar o bebê junto para a escola, porque vinham de ônibus, alguns também receberam olhares estranhos por estarem carregando uma boneca que simulava uma criança, agora imagine se fosse uma criança de verdade”, comentou a estudante Bianca Lemos.

O estudante Jean Lucas falou que “o projeto de sexualidade foi um negócio bem interessante pelo fato de simular a vida de um pai/mãe na adolescência, que não é nada fácil pra gente, e realmente vimos como seria isso estudar, carregar, cuidar de um filho enquanto ainda estamos no colégio”. Matheus, colega do Jean, também reforçou que vivenciar o projeto de sexualidade na adolescência foi uma experiencia e tanto. “Pude entender como é a rotina de muitos pais. Tive a noção de como ter um filho exige muita responsabilidade e dedicação, afinal, é um ser vivo, e um ser totalmente dependente. Nos dias de hoje, com o aumento do preço dos produtos, dificulta um pouco mais a vida de novos pais. Foi possível observar isto quando montamos a tabela de custo de 4 meses de um bebê. Posso afirmar estar devidamente orientado devido ao projeto, que este me fez ter referências de outro ângulo, pode ter certeza que levarei essa experiência até ser a hora certa de ter um filho”.

Texto: Maurenn Bernardo

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