Recado dado

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Nas colunas anteriores, alertei sobre a incongruência de fazer caravanas rumo ao protesto contra corrupção que ocorreu no dia 12/04, em Curitiba, enquanto questões locais clamam por solução. Em primeiro lugar, cabe lembrar que fiz o alerta reconhecendo que a maioria dos que protestam contra a corrupção são realmente contra tal prática. Sei que só é a favor da corrupção quem está roubando junto e somente protesta contra tal crime, sendo favorável a ele, quem é corrupto até as entranhas e não está conseguindo espaço para se locupletar. Araucária é povoada por pessoas lutadoras, honestas, de boa índole e por isso volto ao tema. O debate de temas como esse é necessário para que a escalada de melhorias sociais, ocorrida no país nos últimos 30 anos, não se interrompa e seja até acelerada. O clima de insatisfação, gerado pela frustração de vermos um país rico demorar tanto a chegar ao patamar de desenvolvimento que merece, traz o risco de aderirmos ou sermos usados por movimentos que tornarão tudo muito pior. Conforme se constata na cobertura da imprensa, as manifestações são majoritariamente pelo impeachment da presidente eleita recentemente e para que alguns poucos e espalhafatosos manifestantes peçam a ruptura democrática e a intervenção militar. A maioria dos casos destacados nas manifestações envolve corrupção na qual apenas um partido político é citado. Também, vejo interesses de candidatos e apoiadores derrotados que não se conformam com o resultado das urnas. Inconformismo com o resultado de uma eleição é até válido, pois logo virá outra que poderá, ou não, trazer o resultado desejado. Só que pedir o impeachment de um governante legalmente eleito não faz parte da regra do jogo, pelo menos até que surjam provas de que ele cometeu crimes que justifiquem tal atitude. Pedir a intervenção militar é crime e ofende aos militares brasileiros, pois eles são participantes de forças legais e respeitam a Constituição Federal. Os brasileiros democratas continuarão protestando para mostrar sua indignação contra os erros dos governantes de qualquer lugar do país e de todos os níveis de governo, sem se deixar manipular pelos que querem que tudo mude para nunca deixar de ser como sempre foi: poucos privilegiados pelos recursos que são de todos e uma grande maioria desassistida. A pressão popular legítima é que fará com que os atuais e futuros governantes, bem como os empresários e sociedade, se esforcem para evitar casos de corrupção. Caso ocorram, os corruptos que devem ser punidos pela justiça sem importar seu poder ou orientação política. Definitivamente, a democracia e a paz social são fundamentais para que o país siga melhorando cada vez mais. Por isso, no artigo anterior, me referi ao problema da desintegração tarifária do transporte coletivo com a capital, como assunto que merecia atenção imediata dos cidadãos que querem uma cidade e um país melhor. Não tinha e nem tenho a pretensão de achar que aquilo que escrevo tenha repercussão decisiva. Agora, o recado dado pelo protesto de segunda-feira no Terminal da Vila Angélica precisará ser ouvido e considerado pela sociedade e pelas autoridades constituídas. Apesar da índole pacífica e ordeira da população de Araucária, assistimos a uma inédita e lamentável depredação de ônibus que apontou a verdadeira demanda de grande parte da população do município.

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