Reforma do NIS 24 horas não estava nos planos da Prefeitura

UPA tem capacidade para atender cidade de até 300 mil habitantes
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UPA tem capacidade para atender cidade de até 300 mil habitantes
UPA tem capacidade para atender cidade de até 300 mil habitantes

Embora a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) tenha dito em dezembro passado que planejava reabrir o NIS 24 horas em seis meses, o prazo foi dado sem qualquer embasamento técnico. Isto porque, assim como muitas coisas que acontecem na Prefeitura, não houve qualquer planejamento para o fechamento da unidade, mesmo com a Vigilância Sanitária avisando o Município desde 2011 que o local não tinha condições de funcionamento.

Segundo apurou nossa reportagem, aliás, os apelos da Vigilância Sanitária não vinham sendo ouvidos pela SMSA durante a administração anterior porque há muito havia se constatado de que a solução para o NIS seria fecha-lo definitivamente. Foi com esse intuito, aliás, que a Prefeitura construiu a UPA do Planalto. A informação de que o 24 horas deixaria de funcionar, inclusive, chegou a ser anunciada numa reunião do Conselho Municipal de Saúde pelo então secretário de Saúde, Haroldo Ferreira, isto em meados de 2011.

Como a inauguração da UPA só aconteceu em 2012, ano de eleição, a Prefeitura preferiu manter o NIS 24 horas funcionando, mesmo não ha­vendo necessidade técnica e nem funcionários suficientes para tocar duas unidades de urgência e emergência simultaneamente. Inclusive, a UPA do Planalto tem dimensões para atender uma população de até trezentos mil habitantes, isso conforme diretrizes do Ministério da Saúde. Ou seja, ela sozinha seria capaz de atender as demandas do Município. Em Curitiba, aliás, com mais de 1,5 milhão de habitantes, existem nove 24 horas. Em Araucária, com menos de um décimo dos moradores da Capital, existem três, ou seja, um exagero.

Em 2013, quando Olizandro assumiu o comando da Prefeitura, por várias vezes foi anunciada a intenção de unificar os prontos atendimentos 24 horas adultos. Temendo a reação da população, porém, o plano nunca foi adiante. A solução para o pro­blema teria sido, então, fechar o NIS a pretexto de uma reforma, o que aconteceu em dezembro passado. A prova cabal de que a reforma pode ter sido apenas a justificativa perfeita para interromper em definitivo o atendimento no NIS é o fato de não existir qualquer tipo de projeto prévio para embasar a licitação dessas adequações exigidas pela Vigilância Sanitária. Outro indício é que não há qualquer previsão nas leis orçamentárias da cidade para bancar essa obra, que deve custar alguns milhões.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: Everson Santos

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