Sem aulas, alunos temem desempenho no ENEM 2015

Foto: arquivo O Popular
Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Os alunos precisam do apoio dos professores para sanar dúvidas e ajudar na assimilação dos conteúdos
Os alunos precisam do apoio dos professores para sanar dúvidas e ajudar na assimilação dos conteúdos

Termina nesta sexta-feira, 5 de junho, o prazo de ins­crição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Todos os anos, essa prova auxilia milhares de estudantes que buscam acesso às universidades federais ou que contam com o Programa Universidade para Todos (Prouni) para ingressar no so­nhado curso superior. No entanto, os alunos paranaenses não estão confiantes este ano e acreditam que terão uma imensa desvantagem ao responderem as provas.

Segundo eles, a luta entre o governo do estado e a categoria de professores tem influenciado para isso e os quase 40 dias em casa sem previsão de retorno à sala de aula podem trazer consequências irreversíveis. “Estamos preocupados com nossos estudos, pois ainda não tivemos quase nada de aula e as aulas que tivemos terão que ser retomadas porque já esquecemos. Nós seremos muito prejudicados com isso”, lamenta João P., aluno do 3º ano no Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski. “Só que eu entendo que os professores têm que lutar porque estão no seu direito”, completa.

Assim como ele, a colega Fernanda S. acredita que os professores merecem melhorias e não podem ser culpados pelo transtorno gerado. Entretanto, a demora do governo para chegar a um acordo com a categoria é preocupante. “Eu fico indignada por que quem vai pagar o pato é a gente. Estamos até com dificuldade de fazer a inscrição do Enem. Imagina como seremos prejudicados em relação aos conteúdos”, lamenta.

De acordo com o professor Marcus Antonio Matozo, responsável pelos formandos do Szymanski, a situação dos alunos ao enfrentaram o Exame Nacional deste ano merece total atenção. “Esse impasse entre funciona­lismo público e governo estadual revela, entra tantas outras coisas, a incapacidade de gerenciamento mínimo das estruturas do governo, dentre elas aquela que se refere à educação. Nesse sentido, fica evidente que o prejuízo aos candidatos ao Enem está colocado, não somente pela falta de conteúdo, mas porque professores indicam em suas aulas assuntos a serem pesquisados, oferecem dicas de estudos e trocam informações”, explica.

Para a aluna Thaís Cristina, esses detalhes fazem muita falta e não é fácil estudar em casa sem apoio. “Só lendo eu não consigo entender os conteúdos do colégio e nós não temos professores dispostos a tirar nossas dúvidas e ajudar nos pontos em que temos dificuldade. Então acredito que as notas desse Enem serão bem mais baixas”.

Mesmo assim, alguns estudantes como Helena Souza tentam driblar a falta de incentivo utilizando a internet de maneira sábia. “Sem aulas, estou me virando buscando aulas online ou mesmo no Youtube”, conta a garota de 17 anos, que também tem trabalhado nesse período para ajudar nas despesas familiares. “Quem se preocupa com o seu futuro sempre tem um meio de estudar, então estou fazendo isso em casa e no trabalho porque sei que, com muito esforço e dedicação, vou conseguir um bom resultado no Enem. Claro que será difícil, mas não é impossível”, garante.

Texto: Raquel Derevecki / FOTO: EVERSON SANTOS

Compartilhar
PUBLICIDADE