Na semana em que os olhos do Brasil se voltaram para Curitiba em virtude do depoimento do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz federal Sérgio Moro, acontecia em Araucária um evento muito similar e, para o futuro do Município, talvez até mais importante do que a fala de Lula na Capital.
Estamos falando dos depoimentos da fase de instrução e julgamento da ação penal oriunda da primeira fase da operação Fim de Feira, que levou a prisão o ex-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza (PTC), isso em dezembro do ano passado. Desde segunda-feira (8), estão sendo ouvidos no Fórum da cidade quase cem pessoas. São testemunhas arroladas tanto pela defesa dos réus quanto pelo Ministério Público, responsável pela acusação. Os trabalhos só terminam amanhã quando, pela última vez, serão tomados os depoimentos dos sete réus do processo antes que o juiz do caso, Sergio Bernardinetti, condene ou absolva Rui e companhia.
Araucária nunca foi acostumada a ver os desdobramentos desse tipo de ação. E aqui vale nova comparação ao que está acontecendo na Capital. Assim como a Lava Jato expôs aos brasileiros a corrupção que acontecia na Petrobras, a Fim de Feira expôs aos araucarienses o que vinha acontecendo em Araucária. Nova comparação é válida quando temos aquela sensação de que “demorou para que isso acontecesse” ou que “ainda tem mais gente para pegar”.
Fica a torcida para que os políticos de Araucária estejam acompanhando com a atenção devida os acontecimentos da Fim de Feira. Assim como os grandes tubarões de Brasília tem acompanhado a Lava Jato. Torçamos também que, mais do que acompanhar, todos tenham definitivamente aprendido que o presente e o futuro desta cidade e do Brasil não admitem mais que o suado dinheiro de nossos impostos seja utilizado para atender aos interesses de poucos em detrimento da oportunidade de um país e um município melhor para muitos. Boa leitura.