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Vando Fortuna: Fuja do “inferno” da culpa
Foto: Divulgação

Você pode se perdoar! Não há nada mais destrutivo na vida espiritual de uma pessoa do que a sensação de culpa, estar em dívida com a própria consciência ou com sua espiritualidade. A última alternativa é a mais frequente, pois, desde cedo, ouvimos brados em bocas episcopais de que somos pecadores e que devemos nos arrepender rapidamente para nos livrarmos da perseguição de um todo-poderoso algoz. Quando não nesse contexto, a culpa nos acomete quando, conscientemente, agimos contra nossos valores pessoais e, nesse caso, o próprio sujeito torna-se seu auto-inquisidor.

Os efeitos energéticos da culpa, seja apontada por outrem ou autossugerida, são devastadores. Isso ocorre devido ao impacto que ela tem em nosso campo energético. O ser humano possui uma frequência eletromagnética própria, por isso um campo energético—alguns chamam essa camada de aura—, onde se percebe a qualidade de nossa energia pessoal. Quando estamos aprisionados em sentimentos negativos, como a culpa e a autopunição, essa camada de energia adquire tonalidades escuras, acinzentadas, semelhantes àquela fumaça repleta de fuligem emitida na queima de um pneu (extremamente nocivo ao meio ambiente, por sinal).

As consequências mais frequentes da culpa persistente incluem: tristeza, isolamento social, vergonha, descrença em si mesmo, em casos extremos, podem instigar a automutilação—e, caso se prolongue, pode levar ao desenvolvimento de estados deprimentes ou patológicos, necessitando de acompanhamento e intervenção psiquiátrica e psicológica (felizes os que chegam vivos aos consultórios!). A culpa age como uma necrose na alma e na psique.

Quando estamos reféns da culpa, nossa aura, que deveria atuar como escudo energético e força atratora de positividade, opera no sentido contrário, encapsulando-nos no próprio sofrimento e favorecendo a persistência de pensamentos e emoções torturantes. A ligação com espíritos ou seres na mesma condição sofredora é um efeito concomitante ou consequente (obsessão). Com a promoção massiva da ideia de condenação espiritual e do punitivismo dogmático exacerbado, há muitas pessoas que sequer acreditam mais em perdão.

A boa notícia é que, se você se encontra nessa situação—refém da culpa—, pode começar a libertar-se dela agora! Pense a respeito do que internamente o faz se sentir culpado, daquilo que, aos seus olhos, ressoa como atitudes levianas consigo mesmo. Não precisa confessar nada para mim (sou tão humano quanto você). Agora, diga em alta voz ou em um sussurro mental:

“Eu reconheço o quão culpado e responsável me senti pelo que me feriu até hoje, seja em minha consciência ou em meu espírito, mas, a partir deste momento, tomo uma nova decisão. Eu posso mudar agora. Escolho me perdoar e me amar profundamente, pois compreendo que sempre agi como pude. Posso ter falhado, sim, sou humano, e errar é perfeitamente natural. Mas nunca sou o mesmo, busco melhorar, pois sou uma consciência que evolui infinitamente, a cada dia mais. Hoje, eu decido me perdoar totalmente. Sou livre para me perdoar e projeto amorosidade sobre meu presente, passado e futuro, permitindo que essa boa energia, por meu Deus interno, ilumine meu redor e a todos aqueles que também buscam ser perdoados por si mesmos. Que assim seja.”

Utilize esta prece de auto-perdão em seus momentos meditativos ou de oração. Se você crê em Deus, nos Orixás, nos deuses Hindus ou em qualquer força espiritual, lembre-se: o amor desses seres jamais será menor do que o seu próprio. Se alguém te apontar o dedo e te chamar de pecador, não absorva esse julgamento; talvez essa pessoa ainda não tenha descoberto a dádiva de se auto-perdoar. Compartilhe essa prece com ela, faça uma oração em sua intenção ou simplesmente siga adiante com sua consciência livre. Muitas doutrinas enfatizam o castigo e a condenação, mas também existem caminhos que ensinam o amor, o perdão e a evolução constante. Até hoje, “queimam bruxas” por línguas ditas “santas”, e não vejo ninguém pedindo desculpas ou se retratando por isso. Então, faça um favor a si mesmo: comece a se perdoar e não carregue infernos que não são seus.

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Edição n.º 1457.

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