Era um dia de semana quando Jesus parou no poço de Jacó para beber água, exatamente ao meio dia. Fazia muito calor, pois no deserto costuma fazer mais de 40 graus. Ali ele encontrou uma mulher da Samaria, que estava enchendo o balde e iniciou com ela uma conversa, algo totalmente proibido. Na cultura judaica, jamais um homem poderia dirigir qualquer palavra para uma mulher desconhecida, e, pior ainda, se estivesse só. Mas Jesus quebra todos os paradigmas, e, pede a ela que lhe forneça água. Inicia entre eles um diálogo, que a princípio tem todas as resistências daquela mulher samaritana. Mas, na medida que a conversa avança, ela vai mudando sua postura e se interessa por aquele homem, tão diferente de todos os que ela tinha tido até então.
Jesus parte da água material e vai lhe oferecendo aos poucos a única água que realmente mata a sede, ou seja, a sua pessoa. De começo ele é para ela apenas um homem judeu, depois percebe que ele pode ser um profeta até descobrir que ele era o Messias esperado pelo povo hebreu. Jesus foi se revelando para ela aos poucos, um encontro que foi mudando sua vida e, no final, depois que ela descobre quem ele é, deixa tudo e vai anunciar e testemunhar na cidade a grande descoberta da sua vida. O encontro com Jesus a transformou radicalmente e, certamente, ela passou a segui-lo, com muita alegria, deixando completamente aquele tipo de vida que levava. Houve na sua vida uma grande transformação e de incrédula no início, passou a ser testemunha, anunciando a vinda do Messias para todos os que encontrava pelo caminho.
Assim como a mulher samaratina, cada batizado é chamado a fazer a experiência do encontro com Jesus. Quando nos identificamos com ele e com o seu projeto de construção do Reino de Deus, a nossa vida se transforma radicalmente. Já não somos mais os mesmos, e, assim como São Paulo, podemos dizer: ‘já não sou eu mais que vivo, mas é Cristo que vive em mim’. Logo percebemos se alguém realmente fez a experiência do amor de Jesus em sua vida, através dos seus atos, gestos e palavras. O encontro com ele muda a nossa vida, assim como mudou completamente a vida dos primeiros cristãos. Havia neles algo bem diferente, que fascinava aqueles que estavam ao seu redor. Percebiam isso nas suas atitudes, no seu jeito de conduzir a vida.
Diariamente somos chamados a encontrar tempo para estar com Jesus e deixar que o seu Espírito entre dentro de nós e nos transforme radicalmente. Logo notamos um jeito diferente naqueles que aderiram a Jesus em sua vida e procuram segui-lo. Percebemos neles um olhar compassivo, amoroso, terno, cheio de amor e de acolhida. São pessoas que pensam unicamente no bem do outro, deixando tantas vezes de lado as suas próprias necessidades. O amor de Jesus os torna pessoas sempre prontas para amar e um amor que se manifesta através do serviço alegre e gratuito.
A nossa vida de cristãos pede uma mudança diária de atitudes, de palavras, do nosso jeito de ser. Nós atraímos muito mais pelo testemunho do que com uma doutrina bem clara e fundamentada. Testemunhar significa viver aquilo que se prega, buscando coerência entre a palavra e a ação. Sejamos nós a mudança que queremos neste mundo, testemunhando através da nossa vida o grande amor de Jesus por cada um de nós.
Edição nº.1353.