Jesus passou durante três anos pregando o evangelho, anunciando a Boa Nova do Reino, através de palavras, gestos e ações. Foi um tempo intenso, não perdendo nenhuma ocasião para ensinar e orientar os discípulos e as multidões. Seu dia era repleto de grandes ensinamentos que ficaram para sempre gravados no coração dos apóstolos. No entanto, Jesus praticamente não saiu das margens do mar da Galileia. Sua missão praticamente se resumiu a esse contexto, onde curou, evangelizou, visitou doentes, anunciou através de gestos concretos, o que significava o Reino de Deus. Mas, antes de subir aos céus, confiou aos apóstolos a missão de levar a Evangelho para todos os povos, até os confins do mundo. Garantiu-lhes que estaria com eles, e, aos que viessem depois deles, até o final dos tempos.
Ele confiou a Pedro, a chave do Reino dos Céus, e tudo aquilo que ele ligasse na terra, seria ligado no céu. Pedro se tornou então o primeiro papa da Igreja, levando o evangelho para fora de Israel, com muita alegria e entusiasmo. Sua vida foi uma entrega plena a Jesus e seu projeto, até as últimas consequências, ou seja, foi crucificado na cruz, com a cabeça para baixo e assim ele morreu. Ele não se considerava digno de morrer do mesmo jeito que o seu Mestre. Seus restos estão na Basílica de São Pedro, onde ele morreu. Uma vida cheia de entrega, sem medo das consequências dolorosas, advindas da perseguição do império romano. Esteve preso em Roma, onde no local tem um buraco que, segundo a história, teria sido provocado por sua cabeça. É a prisão de Marmetina, em pleno centro de Roma, que eu tive a alegria de conhecer.
Paulo não teve contanto direto com Jesus, muito pelo contrário, era um perseguidor intrépido do Mestre da Galileia. Era doutor, um homem super preparado, culto, que, de repente, viu sua vida mudar radicalmente, quando, no caminho a Damasco, viu-se tomado por uma imagem que o derrubou por terra. Caído, perguntou quem era a pessoa que havia feito aquilo com ele, e essa voz lhe disse: sou Jesus, aquele a quem persegues. Tomado por essa luz, pediu o que deveria fazer e, aí começou a sua conversão, a sua mudança radical de vida. De perseguidor do evangelho de Jesus, tornou-se seu grande defensor e um missionário inigualável. Viajou milhares de quilômetros, a pé e de barco, levando a Boa Nova do Reino. Por onde passava, criava comunidades e, depois, as alimentava enviando cartas com recomendações e orientações. Morreu degolado, e, segundo dizem, sua cabeça teria pulado três vezes jorrando três fontes, por isso o local se chama em italiano, ‘Tre Fontane’.
Jesus escolhe quem ele quer, e, por isso, chamou Pedro e Paulo para que fossem os baluartes da fé, no início do cristianismo. A memória deles continuará sempre viva em nossa igreja, porque graças a eles, por diferentes modos, levaram com alegria e entusiasmo o evangelho para inúmeras comunidades. A beleza consiste na diferença, porque, na diversidade, os dois fizeram maravilhas por onde passaram. A Igreja reserva um domingo especial para ambos, como modelos ímpares na propagação da boa nova do evangelho. Que eles sejam para cada um de nós, exemplos de seguimento e da alegria na missão. Hoje, o Reino de Deus é confiado a cada um de nós. Por intercessão deles, peçamos luzes na caminhada. São Pedro e São Paulo: Rogai por nós.
Edição n.º 1421