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Padre André Marmilicz: O filho do Homem virá
Foto: Divulgação

Na antiguidade os povos adoravam os astros, as estrelas, a lua e, principalmente o sol, como suas divindades. Era a época do paganismo, pois, a fé num único Deus, vem muito mais tarde, com Abraão, o homem que acreditou. Havia, inclusive, uma data especial para celebrar o Deus Sol: dia 25 de dezembro no Ocidente e, no dia 06 de janeiro, no Oriente. Sobre isso nós falaremos em um outro momento, por ocasião do início do tempo do Advento. A vinda de Jesus veio trazer um novo tempo para a humanidade. Para falar sobre essa nova realidade, Jesus vai usar imagens, símbolos apocalípticos, muito utilizados em sua época.

Ele mesmo é quem fala: o sol vai escurecer, a lua não mais brilhará e as estrelas vão cair por terra. A impressão é de fim de mundo, como se tudo fosse desaparecer de modo catastrófico. Precisamos entender bem essa linguagem, para não falarmos coisas desconexas e sem fundamento. Acabamos de ver que o mundo pagão adorava os astros, porque não conhecia Deus. Esse mundo está com os dias contados, porque, virá entre as nuvens, o Filho do Homem, que governará sobre toda a terra, por todos os séculos dos séculos e o seu reino não terá mais fim. Céus e terra passarão, mas as suas palavras jamais passarão. O paganismo vai ficando para trás, e, vão surgindo novos tempos, com o poder absoluto do Filho do Homem, que vem para governar sobre toda a terra.

A vinda de Jesus, realmente, transformou a humanidade e trouxe uma nova esperança para todos os povos. Ele é o Filho do Homem que veio para trazer a boa nova do Reino, o evangelho da alegria. Tem muita gente dizendo que o cristianismo, que a era da cruz tem seus dias contados e surgirá uma nova doutrina em seu lugar. Não precisamos temer essas doutrinas, pois, elas sim passarão, mas a palavra do Mestre, a sua presença, serão eternas. Tudo passará, mas ele continuará vivo eternamente, governando esse universo. Isso nos conforta, por um lado, mas, nos inquieta por outro, pois nos compromete a sermos anunciadores da sua boa nova. A sermos pessoas otimistas, cheias de animo e de entusiasmo na missão.

Jesus nos garante que permanecerá conosco por toda a eternidade. Mas, por outro lado, ele confiou desde o início aos apóstolos a continuidade da missão e, hoje, confia a cada um de nós. Não devemos ser meros observadores, mas, atuantes, através das nossas palavras, gestos e ações. O seu Reino permanece eternamente e, certamente, sempre existirão pessoas para dar continuidade a esse projeto de vida. Jesus não vai permitir que aquilo que ele fundou, sucumba um dia. Tudo o que vem de Deus, não morre, mas, permanece inabalável através dos tempos.

Essa certeza deve nos animar na missão, porque a obra é de Jesus e nós somos seus simples instrumentos, necessários e importantes. Diante das pessoas desanimadas por causa das situações duras da vida, das guerras violentas, de tantas tragédias, devemos ser sinais vivos de que as coisas podem mudar. Não é o fim dos tempos, como muitos apregoam, porque o próprio Jesus alerta sobre essas situações catastróficas, mas, não será o fim de tudo. Precisamos continuar acreditando, porque Jesus continua vindo na pessoa daquele que crê e que continua com entusiasmo a sua missão.

Edição n.º 1441.

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