O litoral do Paraná vem registrando um crescimento expressivo no número de pessoas com virose gastrointestinal. Somente nos primeiros 9 dias de 2025 foram registrados mais de 2.300 atendimentos relacionados à virose, o número é mais do que o dobro do que foi apurado no mesmo período do ano passado. A situação é preocupante e se você pretende viajar para aproveitar os próximos dias de calor e verão nas praias paranaenses, saiba que é importante seguir alguns cuidados para ficar de fora destas estatísticas.
A médica Yanelis Miranda Herrera, da Clínica São Vicente, explica que as viroses de verão são infecções que causam problemas gastrointestinais e que são comuns nesta época do ano devido a fatores como as altas temperaturas, a água contaminada em rios e mares, alimentos mal armazenados ou mal cozidos e a superlotação em ambientes como piscinas e praias.
“Este ano o litoral enfrenta um surto de virose, causada pelo Norovírus. Porém, as viroses podem ser causadas por diversos vírus, ou até mesmo por parasitas. Quadros de intoxicação alimentar têm sintomas parecidos com o das viroses e são mais comuns no verão, devido à dificuldade em manter a refrigeração adequada e o armazenamento dos alimentos mais perecíveis. Essas infecções ocorrem através das bactérias”, compara a clínica geral.
De acordo com ela, os principais sintomas de uma virose são diarreia, náusea, vômito, e algumas pessoas podem apresentar febre. Em caso de diarreia com sangue e febre alta, a médica orienta a investigar uma possível infecção bacteriana. Lembra ainda que a fase aguda pode durar até 7 dias. “Por isso, no caso de suspeita de qualquer um desses sintomas, principalmente em pacientes idosos com mais de 70 anos e crianças com menos de 3 meses, imunodeprimidos, quando ocorrer sangue, muco ou pus nas fezes (diarreia inflamatória ou disenteria), uso recente de antibióticos, emagrecimento significativo, desidratação grave, febre alta e persistente, dor abdominal intensa. Nos casos citados é preciso procurar imediatamente o atendimento médico”, sugere.
A médica reforça que não existe um exame específico para confirmação das viroses, mas se o paciente já tiver doenças crônicas, que podem ficar descompensadas devido à desidratação, alguns exames podem ser indicados, como o hemograma completo, eletrólitos, função renal, proteína C reativa (PCR), lactato, hepatograma (na suspeita de doença hepatobiliar). “Quanto ao tratamento, é sintomático, de acordo com a queixa e a avaliação de cada paciente. Geralmente fazemos uso de sais de reidratação para a reposição de água e eletrólitos perdidos durante o episódio de vômito e diarreia”, complementa.
Formas de prevenção
Como forma de prevenir as viroses, a Dra. Yanelis orienta lavar constantemente as mãos; lavar sempre os alimentos crus, como frutas e vegetais; optar por beber água filtrada, mineral e ou fervida; e se possível evitar grandes aglomerações em regiões litorâneas em alta temporada.
“Como não existe nenhuma vacina ou medicação específica para prevenção das viroses, o ideal é que a pessoa esteja com o calendário vacinal completo, tendo assim uma cobertura maior para outras doenças. Lembrando que quatro tipos de vírus causam a gastroenterite: norovírus, rotavírus, astrovírus e adenovírus entérico (intestinal). A maioria dos casos de gastroenterite viral é causada pelo Norovírus”, esclarece a médica.
Edição n.º 1448.