Com uma dívida que ultrapassa a casa 800 mil reais, o Clube dos Empregados da Petrobras – CEPE Araucária poderá decretar falência, ou chegar ao extremo de ter que fechar suas portas. A crise financeira não vem de hoje, pois a associação já vinha cortando gastos desde que a nova gestão deixou de ser gerida de forma compartilhada entre a Refinaria da Petrobras – Repar e seus funcionários. “Assumi a presidência do CEPE em julho de 2018 e, desde, então venho administrando as dívidas, cortando gastos, fazendo empréstimos e até enxugando o quadro funcional. Mas desde que a Repar, baseada na possibilidade de uma privatização, anunciou que passaria a cobrar pelo fornecimento de água, vapor, energia e outras despesas, inclusive retroativas, o CEPE entrou em crise. O fato é que a Repar nos deu um prazo de 60 dias para quitar as dívidas e nós não temos condições de pagar”, explicou o presidente, Márcio Ricardo Marinho.
Acrescentou ainda que o Clube já foi incluso no Serasa porque deixou de pagar um boleto de 9 mil reais para a Repar.
Segundo ele, a Petrobras sempre cedeu o espaço para o CEPE e nunca sequer cogitou a hipótese de cobrar pelo seu uso, uma vez que o clube sempre desempenhou um papel importante na vida dos funcionários, através de projetos sociais, esportivos e recreativos. Hoje o CEPE mantém três sedes: a social, que fica dentro da área da refinaria; a campestre, localizada no Tindiquera; e a náutica, na barragem do Rio Verde. “Somos um clube tradicional, que nasceu praticamente junto com a refinaria, e temos mais de 800 associados, o que envolve mais de duas mil pessoas. Por isso, estamos buscando apoio da Prefeitura, de empresas, do Sindipetro (sindicato que nos representa), da Federação dos clubes da Petrobras, e da própria comunidade, pois não queremos que tudo isso acabe. Tentamos ainda um acordo com a Repar, mas eles estão inflexíveis e se negam a nos receber, se comunicam conosco somente através de boletins. Diante desse quadro, o CEPE não descarta a possibilidade de recorrer à Justiça”, finalizou Marinho.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1166 – 06/06/2019