Ao longo das últimas semanas Araucária viu crescer rapidamente o número de casos confirmados do novo coronavírus. Isso é resultado, em parte, do aumento da testagem que vem sendo feita tanto pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) quanto por empresas privadas e, também, pela disponibilidade dos chamados testes sorológicos em instituições de saúde privada. Com mais exames disponíveis e mais gente sendo (ou se submetendo) aos testes era de se esperar que mais casos aparecessem.
Essa proliferação nos casos confirmados de Covid-19 faz com que, cada vez mais, a doença bata à nossa porta. Quando ainda em dezembro do ano passado ouvimos falar que um vírus misterioso havia afetado cidadãos chineses muitos de nós, mesmo que agora não queiramos admitir, pensamos que o problema ficaria só por lá. Porém, aos poucos ele foi se proliferando pelo mundo, mais ainda em continentes afastados e mantínhamos a sensação de que estávamos em segurança.
Março chegou e trouxe com ele o coronavírus ao Brasil. Ainda com casos majoritariamente registrados em São Paulo, seguimos acreditando, quase que ingenuamente, que conosco seria diferente. Alguns, inclusive, vejam só, conjecturaram a hipótese de estarmos falando de uma doença “inventada” pela mídia, pois não era comum saber quem a contraiu. Os contaminados eram números e não nomes.
Junho esta aí e as coisas mudaram. As vítimas do novo coronavírus agora têm nome, endereço, RG e CPF. São amigos, conhecidos, colegas de trabalho, vizinhos, familiares. As vítimas, muitas vezes, somos nós mesmos. Deixamos de falar de uma doença que somente certos grupos de pessoas poderiam contrair. Agora falamos de um vírus a que todos estamos sujeitos.
A constatação de que todos podemos contrair o vírus também nos obriga a outra confissão: o combate ao Covid-19 também é de responsabilidade de todos nós. Você que está lendo este editorial, inclusive. Todos precisamos fazer a nossa parte. Já não é mais aceitável que não utilizemos máscaras, que insistamos em ficar por aí batendo perna num momento que o vírus mata como nunca. Faça sua parte, que inclui, aliás, convencer o próximo a também fazer a dele. É isso que vai nos ajudar a superar esse momento tão delicado da humanidade moderna! Pense nisso, boa leitura e, se puder, fique em casa!
Publicado na edição 1217 – 18/06/2020