Ouvimos seguidamente as pessoas afirmarem que Deus é o mesmo, independente da religião. E é verdade. Existe apenas um Deus que governa, dirige, transforma e que criou os céus e a terra. Mas será que todos tem a mesma visão de Deus? Certamente não. Para alguns, Deus é um ser distante e inacessível, impossível de sentir a sua presença. Para outros, ele é um ser que está sempre pronto para julgar, condenar e por isso, o que move os seus seguidores é a culpa e o medo do inferno. Existem ainda aqueles que simplesmente o ignoram, como se não existisse e por isso, vivem sem princípios e sem escrúpulos, como se tudo fosse permitido. Para muitos, pelo contrário, Ele é alguém que se fez gente e veio habitar entre nós, em Jesus Cristo, seu Filho amado. E, tudo o que ele disse e fez, revelou o rosto verdadeiro de Deus. E é com certeza nesse Deus que nós cremos e professamos a nossa fé.
Em primeiro lugar, cremos no Deus Conosco, que se revelou plenamente através de seu Filho Jesus. Ele veio habitar entre nós, armou uma tenda e pregou o evangelho, a boa nova do amor. Em Jesus, descobrimos o rosto de um Deus cheio de misericórdia e compaixão, que veio para salvar e não para condenar. É alguém que caminhou pelas estradas de Israel, sobretudo, na região da Galileia, falando do Reino de Deus, um reino de amor, paz, justiça e partilha e respeito, acolhida, e, tantos outros valores que transformam e tornam o homem mais divino. Este Deus que Jesus apresenta só quer a felicidade do ser humano e sofre quando o mesmo se distancia do caminho do bem. Ele não se alegra com a desgraça do outro, com a perdição humana, pelo contrário, vai ao encontro de quem se afastou e de quem se perdeu, e faz festa quando este reencontra o caminho da vida.
Este Deus continua em nosso meio, está entre nós, caminha ao nosso lado, como nosso companheiro de jornada. O seu espírito move a terra, toca os nossos corações e, se alegra com as nossas conquistas, sofre com as nossas derrotas. Quem descobre a verdadeira face de Deus, sente-se protegido por Ele, profundamente amado. Fazer a experiência do Deus pregado por Jesus, simplesmente nos transforma, pois, Ele quer única e exclusivamente a nossa felicidade. Não é um ser distante, afastado, que não se importa com os nossos problemas, mas, simplesmente está sempre conosco, como nosso protetor e guia.
Em segundo lugar, esse Deus é Trindade: Pai e Filho e Espírito Santo. É um só Deus em três pessoas. É um Deus uno e trino, um Deus comunhão. É um Deus família. Ele nos ensina que a nossa vida só tem um sentido verdadeiro e profundo, quando, a exemplo Dele, buscamos viver em comunhão. Quem vive em função de si mesmo, dos seus projetos pessoais, pensando somente nas suas vantagens, jamais entenderá este grande mistério. O Deus que nós cremos é trino, onde cada um se manifesta de modo diferente, mas tudo converge para a unidade. O que os move é o profundo amor que existe entre as três pessoas. Só o verdadeiro amor une, aproxima, cria a fraternidade e a comunhão.
Assim também nós, movidos por esse Deus que é uno e trino, somos chamados a vivermos em comunhão. Cada um é diferente, tem um jeito de ser, mas, onde existe o amor, a diferença não distancia, pelo contrário, aproxima, gerando a verdadeira comunhão. Esse Deus que nós cremos, caminha conosco e nos faz entender a beleza de sermos irmãos, vivendo como uma família. Sermos diferentes não significa sermos adversários, mas, pelo contrário, na medida em que colocamos em comum o que somos, geramos a comunidade de irmãos na fé.
Publicado na edição 1263 – 27/05/2021