Aproxima-se o Natal, festa tão aguardada e esperada por todos. Para muitos, este tempo significa descanso, depois de um ano corrido e estressante; para outros, possibilidades de faturar, a ponto de associar o bom natal, com boas vendas no comércio; para nós, cristãos, é tempo de nos prepararmos de modo adequado, para a vinda do Salvador da humanidade. Mais do que preocupação com presentes, é tempo de acolhermos em nosso coração o grande presente: Jesus Cristo, nossa luz, nossa esperança e nossa salvação.
O Natal, a grande festa cristã, começou a ser comemorado a partir do ano 350 d.C. Até então, os cristãos celebravam apenas a Páscoa, ou seja, a ressurreição do Senhor. O natal, a celebração do nascimento de Jesus, está associado à grande festa do sol, celebrada pelos pagãos, que adoravam o sol como o seu deus. Esta festa da divindade do sol era comemorada em Roma no dia 25 de dezembro e no Oriente no dia 06 de janeiro. Os cristãos da época chegaram à seguinte conclusão: este sol é Jesus, ele é a luz da humanidade. E começaram então a festejar o seu nascimento neste dia.
Mais tarde, em torno do ano 600 d.C., os cristãos decidiram que uma festa tão importante como esta, deveria ser preparada com cuidado e com esmero. Foi então que nasceu o advento, composto de quatro semanas de preparação espiritual. A liturgia foi devidamente pensada e preparada, com textos bíblicos que falam da espera do Salvador. João Batista, o precursor, tornou-se uma figura essencial, pois foi ele o escolhido por Deus para preparar os caminhos para a chegada do Salvador da humanidade. De modo forte e por vezes até áspero, ele é a voz que clama no deserto, pedindo a conversão e a mudança de vida.
Bem mais tarde, surge a coroa do advento, com quatro velas, sendo acesas de modo sequencial. As suas cores nem sempre são igualmente seguidas por todos. O roxo é a cor por excelência, pois ela reflete a espera, a conversão, a mudança de vida. A cor litúrgica deste período é o roxo, mas eu, pessoalmente, gosto de dar um destaque especial a cada domingo do advento. No primeiro domingo, a cor que sugiro é o verde, que simboliza a espera; no segundo, a cor que sugiro é o roxo, porque é domingo do Batista, que pede a conversão; terceiro domingo, a liturgia fala da alegria, e a cor sugerida é o vermelho ou rosa; o quarto domingo, bem próximo da vinda do príncipe da paz, a cor sugerida é o branco.
Para nós, cristãos, o importante é que nos preparemos espiritualmente para este momento tão especial em nossas vidas. Em primeiro lugar, e acima de tudo, participando da missa ou do culto nestes quatro domingos que antecedem o natal. Com certeza, a liturgia nos conduzirá para vivermos a essência deste período: a chegada de Jesus, luz da humanidade em nossas vidas, em nossos corações. Sem isso, o Natal simplesmente perde todo o seu significado, e mais que Jesus, torna-se a festa do Papai Noel, das vendas, do comércio. Além das celebrações dominicais, este período nos possibilita um encontro maior com Jesus, através da novena de natal nas famílias.
Prepare o seu coração, para que este tempo de espera da vinda do Salvador da humanidade, seja um tempo de mudança e de conversão. Jesus quer nascer dentro de você, para que a sua luz brilhe em sua vida. Esta luz, que é Jesus, fará com que você seja também um facho de luz e de esperança para aqueles que vivem ao seu redor.
Publicado na edição 1141 – 29/11/18