Filipe Gerber

Sem vagas nos Cmeis, famílias sofrem
Sem vaga na creche, Julia Gabriely tem que ficar com a avó Zelói

Com um déficit de milhares de vagas nas creches de Araucária, quem mais sofre são os pais, que não têm onde deixar seus filhos enquanto saem para ganhar o pão de cada dia. É o caso, por exemplo, da família da pequena Julia Gabriely, moradora do Jardim São Francisco. Ela tem cinco anos e aguarda uma vaga desde junho de 2009. Sem ter o direito de uma vaga em creche respeitado, a criança acaba tendo que ficar com a avó enquanto os pais trabalham. “Ela quer ir para creche, sente falta de ter amiguinhos, e eu tenho que ficar em casa cuidando dela porque não consegue ir para a creche”, lamenta a avó Zeloi de Souza.
Outro sem vaga é o pequeno Edson Jr. Os pais trabalham num supermercado no bairro Boqueirão e têm que se virar nos trinta para arranjar um local adequado para o menino ficar enquanto eles vão para o serviço. “Nós morávamos em Guajuvira e viemos para cá no início do ano. Lá, ele ficava na creche. Aqui, não tem vaga no Cmei do bairro. Dia desses, o pessoal da Prefeitura até ligou e avisou que tinha arrumado uma vaga pro Júnior lá no Costeira. Mas o bairro fica do outro lado da cidade. Se fosse pra levar no Costeira, eu levava em Guajuvira”, constatou o pai da criança, Edson dos Santos.

Marco Charneski

Sem vagas nos Cmeis, famílias sofrem
Maria Eduarda, a filha sapeca é a alegria do casal Michel e Aline.
Já falta de uma vaga na creche do bairro pra ela, a tristeza

Também inconformado com a falta de uma vaga para a filha está o casal Michel e Aline Micheletti. De acordo com eles, já no sexto de gravidez da pequena Maria Eduarda, eles foram para a lista de espera por uma vaga na creche. “Minha filha já está com seis meses e até agora nada. Eu e minha esposa trabalhamos e não temos condição de colocá-la numa creche particular. Todos os dias é uma trabalheira só para arranjarmos um local para a Maria Eduarda ficar”, lamenta o pai.