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Araucariense largou tudo para viajar pelo mundo

A Somália foi um dos países visitados pelo aventureiro André
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Araucariense largou tudo para viajar pelo mundo
A Somália foi um dos países visitados pelo aventureiro André

 

Há cerca de sete meses o araucariense André Luiz Figueiredo de Sá Baldo, 26 anos, largou tudo que tinha para se aventurar em uma experiência ousada: viajar pelo mundo para fazer uma espécie de pesquisa sobre a felicidade. Na bagagem levou a coragem, um dinheiro que conseguiu com a venda da empresa e do carro, e o desejo ardente de conhecer diferentes culturas, e de que forma as pessoas conseguem encontrar a felicidade, em diferentes caminhos.

“Comecei esta viagem em abril desse ano, mas a ideia surgiu na noite do ano novo, quando tive uma percepção muito forte na virada, de que deveria deixar tudo para trás e partir numa viagem de autoconhecimento e conhecimento do mundo. Queria dar a volta ao mundo e a volta dentro de mim mesmo. Foi um momento de muita entrega, pois antes de viajar decidi aceitar o que a vida poderia me trazer neste ano, e poucas semanas depois eu já estava comprando meu ticket de viagem”, relatou.

Apesar de não ter um plano de viagem traçado, André já passou pela África do Sul, Índia, Espanha, Portugal, Marrocos, Egito, Iran, Turquia, Nepal. “Sempre quis conhecer a realidade do Oriente Médio, porque a diversidade é algo formidável. Ainda vou pro Myanmar, visitarei mais alguns países e pretendo concluir este ciclo próximo do ano novo de 2018. O fato é que não tenho planejado as coisas. No primeiro dia de viagem, ainda em São Paulo, roubaram meu Ipad, que continha o projeto da viagem, dali em diante decidi não planejar mais nada. No meu primeiro dia na África, quando procurava um hotel para ficar, fui assaltado por ladrões que me obrigaram a sacar o dinheiro de três contas bancárias. Perdi muito dinheiro ali, basicamente o que usaria para pagar as hospedagens. Quase pensei em desistir, mas senti que deveria continuar, meu pai queria que eu desistisse, mas segui em frente. Mesmo porque, vivi um tempo de calmaria durante os últimos três ou quatro anos da minha vida, e a partir do momento que decidi fazer essa viagem, começou a dar tudo errado, tive problemas com a venda da empresa, com sócio, venda do carro, problemas com pessoas próximas, fiquei doente, e todos em todos esses momentos eu cambaleei, mas fui descobrindo uma força que eu não tinha. Já fui roubado seis vezes nessa viagem, mas não fico mais chateado, caso contrário, não vou conseguir curtir minha aventura. Podem me roubar tudo, menos minha paz, aliás, em um retiro espiritual que fiz em Portugal, com o mestre Mooji, ele me disse: ‘Confia na vida, porque a vida cuida melhor de você do que você cuida dela!’, então parei de fazer planos e entreguei tudo para a vida, para o que fosse acontecer, e a partir desse momento, minha viagem mudou completamente”, disse.

André contou que às vezes chega ao país e não sabe exatamente o que vai fazer e nem onde vai ficar, mas as pessoas sempre estendem a mão e ele acaba se hospedando na casa delas. “É sempre uma surpresa diferente em cada parada e acabo conhecendo muitas pessoas interessantes”, frisou.

Araucariense largou tudo para viajar pelo mundo
Desafiando limites no Annapurna Circuit, no Nepal

Adrenalina

Atualmente o araucariense está no Nepal, onde vai escalar o pico do Everest, talvez um dos momentos mais emocionantes da sua viagem. “Acho que agora estou vivendo a maior de todas as aventuras: 8840 m de altura. Eu não vim até aqui para desistir: vou subir o Monte Everest! Claro que não irei até o topo, para isso eu precisaria de uma década de preparo e mais 200 mil reais, que não tenho. Mas vou fazer boa parte dele, chegando até o Everest Base Camp, a mais de 5 mil metros de altura. Para chegar até aqui tive que pegar o vôo considerado o mais perigoso do mundo pelo History Channel. Ele tira um fino das montanhas, e em alguns momentos voa abaixo delas. A pista de aterrissagem é altamente inclinada e curta, o pequeno avião faz uma espécie de cavalo de pau no final para não colidir com a parede. Já fiz outro circuito no Himalaia e vivi outros momentos perigosos.

Morei três semanas numa caverna na Índia, meditando, fui perseguido por dois rinocerontes num safári no Nepal, onde você fica andando no meio da selva, sem proteção, apenas na companhia de um guia. Minha sorte foi que os rinocerontes têm a visão ruim e conseguimos escapar, também vi um tigre de bengala, mas felizmente ele não nos viu. Capturei uma naja rainha na Índia e a devolvi para a selva. Fui perseguido por um búfalo. A Índia é um país, maluco, cheio de contrastes. Me perdi nas montanhas do Himalaia, a 4 mil metros de altura, tive que voltar no meio das florestas para chegar num rio e seguir por ele, até encontrar civilização. São experiências e aprendizados incríveis que pretendo relatar em um livro”, comenta.

O araucariense relembrou outro momento importante que viveu, desta vez em Portugal. “Em Curitiba eu sempre estava envolvido com movimentos sociais, e quando aconteceu o vazamento dos áudios do presidente Michel Temer, fiquei indignado, bateu uma sensação de impotência, então comecei a reunir os brasileiros e organizei um protesto, chamei a Record Internacional, que tem filial em Portugal, e eles fizeram a cobertura desse movimento. Foi incrível! Ah, na África do Sul saltei o maior bungee jump de ponte do mundo, eu que sempre tive pavor de altura. É por momentos assim que afirmo que esta viagem tem me deixado muito feliz”.

André lembrou ainda que no momento em que decidiu viajar e contou para o seu pai, a primeira reação foi de preocupação extrema, mas ele logo apoiou o filho. “Meu pai é sensacional, minha mãe já é falecida. Ele nunca me limitou a nada, sempre me apoiou em tudo. Ele me liga todo dia, fica preocupado, algumas vezes fico impossibilitado de dar notícias, mas logo que posso nos falamos. Quando contei a ele da subida no Everest, ficou assustado, mas depois me deu força. Ele nunca me barrou em nada, é um anjo na minha vida”, disse o jovem.

André ressalta que está viajando sozinho, apenas com sua mochila e dá um recado para quem pretende se aventurar pelo mundo: “Tudo que você precisa para sobreviver tem que caber numa mochila, se não couber é porque tem algo errado com a tua vida”.

Para conhecer mais sobre a aventura de André pelo mundo acesse o Facebook: André Luiz Baldo ou o Instagram @andrefbaldo

 

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: divulgação