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Campanha Fevereiro Laranja destaca a importância da doação de medula óssea
Foto: Divulgação

O número de doadores de medula óssea vem crescendo com o passar dos anos. Felizmente, muitos mitos estão sendo esclarecidos e a maioria da população não tem mais receio em se tornar doadora. Isso é resultado, principalmente, das campanhas de conscientização como o Fevereiro Laranja, cuja finalidade é conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a doação de medula óssea.

Segundo informações do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), o número de doadores aumentou de 119 mil em 2022, para 129 mil em 2024 (dados até novembro).

Para compreender melhor a importância dessa doação, é preciso conhecer melhor a doença. A leucemia é um câncer que afeta a medula óssea e o sangue. A medula é um tecido esponjoso que está dentro dos ossos e é responsável pela produção de células sanguíneas, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

Existem quatro tipos principais de leucemia, que são classificadas de acordo com a velocidade em que a doença se desenvolve e o tipo de célula que é afetada. A Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e a Leucemia Mieloide Aguda (LMA) se desenvolvem mais rápido, onde a primeira é mais comum em crianças. A Leucemia Linfóide Crônica (LLC) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC) são mais lentas e ocorrem mais em adultos.

Segundo a doutora Rafaela Verbiski de Andrade, médica hematologista da Clínica São Vicente, e o doutor Johnny Camargo, médico hematologista e oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), os sintomas mais comuns da leucemia, são: cansaço extremo, palidez, infecções frequentes, hematomas recorrentes, sangramentos inexplicáveis, suor noturno, febre persistente, perda de apetite e de peso sem motivo aparente, dor nos ossos ou articulações e inchaço nos linfonodos. Esses sintomas podem ser relacionados a outras doenças, portanto, é necessário o atendimento médico para a confirmação da leucemia.

Campanha Fevereiro Laranja destaca a importância da doação de medula óssea
Foto: Divulgação. A hematologista Rafaela Verbiski de Andrade diz que encontrar um doador compatível é um grande desafio.

A doutora Rafaela esclarece que o diagnóstico da doença acontece após uma série de exames, como o hemograma. Em seguida, o paciente precisará realizar uma biópsia, onde a medula óssea da pessoa é retirada para análise, para confirmar a doença e identificar seu subtipo. De acordo com os dois especialistas, cada tipo da doença possui um tratamento em específico, porém o mais comum inclui a quimioterapia, medicações com terapia alvo, imunoterapia e transplante de medula óssea.

“O transplante de medula óssea pode representar a única chance de cura para muitos pacientes com leucemia. No entanto, encontrar um doador compatível é um grande desafio, pois a compatibilidade genética é complexa e varia de acordo com o perfil da população. Por isso, quanto mais pessoas se cadastrarem como doadores, maior a chance de salvar vidas”, comenta a médica.

DOAÇÃO

Primeiramente, para se tornar um doador, é preciso realizar um cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos pode ser doadora de medula óssea, desde que esteja em boas condições de saúde.

Alguns exames deverão ser feitos para verificar a compatibilidade com possíveis pacientes. Ao encontrar uma pessoa compatível, o doador precisará realizar mais alguns exames detalhados para verificar seu estado de saúde.

“É importante ressaltar que o doador não precisa ser parente do paciente, já que a compatibilidade genética pode ser encontrada de forma mais ampla em bancos de dados de doadores. Além disso, com a colaboração dos bancos de medula óssea, a possibilidade de transplante de pai para filho (também chamado de haplo-idêntico) tem se mostrado eficaz e, em muitos casos, é possível encontrar um doador compatível até mesmo entre parentes com compatibilidade parcial. Através dessas alternativas, estima-se que, em torno de 60% a 80% das vezes, é possível encontrar um doador, ampliando significativamente as chances de sucesso no transplante”, explica o doutor Johnny.

A doutora Rafaela complementa que existem duas maneiras de realizar a coleta de medula óssea, seja com a coleta da medula óssea dos ossos do quadril, realizada com sedação ou anestesia geral em centro cirúrgico, ou através de células do sangue periférico após a preparação do sangue com medicações especificas, que é mais utilizado normalmente. “Independentemente da forma de coleta, é um procedimento seguro e com recuperação rápida do doador, com alta entre 1 a 3 dias, habitualmente”, diz.

Ela também ressalta que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam as chances de cura e alerta as pessoas para que sempre fiquem atentas aos sintomas, que façam exames regulares e, acima de tudo, incentivem a doação de medula óssea. “Participar das campanhas de conscientização, como a do Fevereiro Laranja, é uma forma de espalhar informações e conscientizar sobre a importância em ser um doador de medula”, finaliza.

SERVIÇO

A Clínica São Vicente está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. Os telefones para contato são: (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440. O Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) é parceiro da Clínica São Vicente e o telefone para contato é o (41) 98780-1440.

Edição n.º 1454. Victória Malinowski.

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