No próximo domingo, 18 de maio, é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data já é lembrada em nosso país há 51 anos e foi instituída em memória ao caso da menina Araceli Crespo. Em 18 de maio de 1.973 ela foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Ela tinha apenas 8 anos.

Desde 2.000 uma lei federal incorporou as ações de 18 de maio em nosso calendário e, com o passar dos anos, apenas um dia passou a ser considerado pouco para falarmos sobre um assunto tão importante. Com isso, todo o mês de maio ganhou a cor laranja como forma de aprofundarmos os enfrentamentos à violência sexual contra crianças e adolescentes.

A verdade, no entanto, é que o 18 de maio deveria ser lembrado em todos os 365 dias de um ano normal e em 366 dias naqueles anos bissextos. Afinal, dados de entidades de proteção à infância e adolescência apontam que a cada oito minutos uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual em nosso país.

E esses números, como se sabe, podem estar subestimados, já que o grosso desses casos acontece em ambiente familiar e, por questões diversas, acabam não sendo denunciadas aos órgãos competentes.

Aliás, talvez seja esse o nosso maior desafio na atualidade. Conscientizar toda sociedade brasileira que não existe violência sexual aceitável só porque ela aconteceu no seio familiar. Não existe aquela história de “foi só uma vez”, “ele ou ela não fará de novo”, “foi só uma brincadeira”, “ele ou ela estava bêbado”, “são irmãos”, “são primos”, “ele ou ela não sabia o que estava fazendo”, “o mal já está feito, melhor não mexer” e por aí. Todas essas expressões não podem ser ditas por alguém que ama de verdade uma criança ou adolescente vítima de violência. Elas só podem ser ditas por cúmplices dessa violência. Simples assim!

E se você sabe ou suspeita de casos de violência, denuncie pelo Disque 100. A ligação é gratuita e pode ser feita de forma anônima.

Edição n.º 1465.