Falar em rede de proteção à infância e adolescência é, antes de tudo, reconhecer que garantir direitos não é tarefa de um único setor. É um compromisso coletivo, ético e social. Em Araucária, esse entendimento tem se fortalecido ao longo dos anos — e faz toda a diferença na vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

O Maio Laranja, campanha nacional de enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, reforça a importância de ações integradas de prevenção, acolhimento e responsabilização. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece medidas protetivas, penais e administrativas para punir agressores e, sobretudo, proteger as vítimas. Mais do que uma lei, o ECA simboliza o compromisso da sociedade com uma infância segura e respeitada.

Em Araucária, a rede de proteção é formada por diversos setores que atuam de maneira articulada. Não se trata de uma responsabilidade exclusiva da Assistência Social, da Saúde ou do Conselho Tutelar. Cada profissional — da educação, saúde, segurança pública, sistema de justiça ou organizações da sociedade civil — tem o dever de agir diante de qualquer indício de violação de direitos contra crianças e adolescentes.

No campo da assistência social, os CRAS se destacam pelo trabalho preventivo: promovem rodas de conversa, campanhas educativas, orientações às famílias e encaminhamentos em casos de violência. Já o CREAS realiza o atendimento psicossocial especializado às vítimas e seus familiares. O Conselho Tutelar aplica medidas protetivas legais, como o afastamento do agressor ou, se necessário, o acolhimento institucional da criança.

A rede de proteção também envolve escolas, UBSs, CAPS e demais serviços que formam uma base sólida de apoio. A atuação conjunta é essencial para garantir proteção, prevenir novos casos e responsabilizar os culpados. A escuta qualificada, o sigilo, o acompanhamento contínuo e o fortalecimento dos vínculos familiares são pilares no enfrentamento à violência.

Claro que sempre há o que aprimorar. Mas o fato é que a proteção infantojuvenil vem se consolidando como uma política pública efetiva — e isso merece ser reconhecido. Porque proteger a infância não é apenas cuidar do presente. É garantir o futuro.

Em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, denuncie. Ligue para o Disque 100. O serviço é gratuito e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Edição n.º 1466.