Crescem casos de acidentes por falta do uso dos EPIs
Trabalhadores desafiam o perigo ao não usarem os equipamentos

A construção civil é o setor campeão em acidentes de trabalho. Os motivos são o não uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a falta de informações das melhores práticas de segurança nas construções, através de conversas e reuniões, que falem dos principais detalhes de como evitar acidentes dentro do canteiro de obras.

Em muitas situações, para executar um trabalho, o funcionário leva meia hora para montar e testar um equipamento para poder ter segurança. Para se acidentar, é questão de segundos. E foram estes segundos que tiraram a vida do trabalhador de Araucária, Teófilo Lopes de Souza, 55 anos, na terça-feira, dia 16 de abril. Ele caiu de um prédio em construção na Avenida Manoel Ribas, no Jardim Santa Regina, a uma altura de aproximadamente 12 metros, e segundo informações, não estava usando EPIs.

“O trabalhador precisa entender que é preciso usar os equipamentos para seu próprio bem-estar e segurança, mas isso também depende, em grande parte, da conscientização dos empregadores, que nem sempre disponibilizam os materiais de trabalho necessários para seus funcionários”, diz o dirigente sindical João Faustino, responsável pela sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil – Sintracon de Araucária.

Segundo ele, o sindicato procura fiscalizar as obras e orientar empregadores e empregados sobre a importância dos EPIs, mas como o número de construções é muito grande e as equipes do Sintracon são enxutas, os acidentes continuam acontecendo. “Nós orientamos e fizemos a nossa parte, mas quando a situação foge do controle, acionamos o Ministério Público do Trabalho, órgão que tem o poder de autuar e até multar quem infringir as leis”, explica Faustino.

Ainda de acordo com o dirigente sindical, o trabalho de fiscalização nas construções civis precisa ser conjunto, contando com apoio da Prefeitura no sentido de catalogar todas as obras em andamento na cidade para facilitar a ação do Sintracon e do próprio MPT e também do Conselho Municipal do Trabalho e Emprego, que pode debater estas questões entre empregadores e empregados.

O presidente do Conselho Municipal do Trabalho, Silvestre Mafra, comentou que o CMTE tem sido parceiro nesse sentido, desenvolvendo cursos e mesmo promovendo debates para buscar soluções para o problema e evitar que novos acidentes de trabalho ocorram no setor da construção civil. “Nosso objetivo é defender os trabalhadores e buscar meios para que possam exercer suas funções com segurança”, pontuou.

Responsabilidade
A Secretaria Municipal de Urbanismo (SMUR) esclarece que a função da secretaria é cobrar a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) da obra. A responsabilidade direta pela construção é do engenheiro/arquiteto que assina o documento.

Disse ainda que o encargo de fiscalizar a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é do Ministério do Trabalho. A Secretaria, dentro das possibilidades, disse ainda que faz o controle das obras, mas que o Sintracon, até o momento, não solicitou à Prefeitura estas informações.