Na semana que passou, um episódio ganhou destaque na mídia e chocou pais, alunos e professores da Escola Municipal Marcelino Luiz de Andrade, no Jardim Condor. Cinco alunas, de 10 e 11 anos, tramaram a morte de uma colega, também da mesma idade. O local escolhido para o crime foi o banheiro da instituição e o horário, o término da aula.
Duas das cinco garotas teriam bolado o plano e depois repassado as demais. Primeiro elas atrairiam a vítima para o banheiro, enquanto outra pegaria a acetona e outra arrumaria o pano para colocar na boca da menina. Por sorte, a mãe que estava esperando a filha na porta do colégio foi avisada do que estava acontecendo dentro do banheiro e chegou a tempo de impedir o crime.
Segundo o diretor da escola, Henrique Theobald, o plano aconteceu na casa de uma das garotas, enquanto elas faziam a unha. “A princípio duas tiveram a ideia de levar a acetona e um pano para matar essa colega e chamaram outras três. Fizemos uma acareação entre as duas meninas que teriam tido a ideia e convidado as demais, e elas acabaram confessando. Diante disso, elas foram suspensas por uma semana como medida preventiva e até mesmo por questões de segurança delas”, disse o diretor.
Ainda de acordo com Henrique, ontem pela manhã, dia 18, aconteceu uma reunião de pais na escola e o prefeito em exercício Rui Sérgio Alves de Souza e integrantes da Guarda Municipal estiveram no local para explicar quais medidas a Prefeitura e a GM estão tomando para garantir a segurança dos alunos. “Na ocasião, Rui comentou sobre a possibilidade de serem retomados os estudos sobre a designação de inspetores para as escolas”, comentou.
O diretor lembrou ainda que todas as cinco meninas acusadas de tramarem a morte da colega possuem bom comportamento e um ótimo rendimento escolar e não são alunas com problemas. “O Conselho Tutelar está acompanhando tudo, desde o início, e acredito que todas as medidas cabíveis serão tomadas”.
Inimputáveis
Por terem menos de 12 anos, as garotas são inumputáveis perante a lei e não podem responder pelo crime, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Por isso, estão sendo acompanhadas e encaminhadas para os procedimentos cabíveis, pelo Conselho Tutelar.
Segundo a conselheira tutelar Fabíola Karas, na noite de ontem, dia 18, foi realizada uma reunião no Conselho Tutelar com os pais das cinco garotas envolvidas no caso e, neste encontro, que não havia sido encerrado até o fechamento desta edição, foram definidos os encaminhamentos, que incluem sessões com psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. “Faremos todo o possível para que as meninas encerrem o ano letivo normalmente e que não sofram nenhum tipo de discriminação. O Conselho, a escola e a Prefeitura, estão unindo forças para que tudo seja conduzido de forma tranqüila, sem prejudicar ninguém”, disse Fabíola.