Deus é bom para com todos

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A história do patrão que contratou trabalhadores desde as 7hs da manhã até as 5hs da tarde, e no final pagou o mesmo para cada um deles, intriga a justiça humana. E, para piorar, começou pagando primeiro aqueles que trabalharam apenas uma hora, deixando aqueles que estiveram desde o amanhecer, por último. É uma história que provoca uma série de controvérsias, pois foge da lógica humana. O justo é cada um receber de acordo com aquilo que fez, com as horas que trabalhou, mas não é isso que acontece na história do patrão e dos trabalhadores. Esse patrão é Deus e os trabalhadores somos nós.

Por detrás de todas as parábolas contadas por Jesus, sempre existe um grande ensinamento da sua boa nova. Ele vai mostrando aos poucos qual é a lógica de Deus, com certeza, muito diferente da lógica dos homens. Para nós, a justiça está acima de tudo; mas Deus vai além da justiça, para ele, a misericórdia supera todos os parâmetros humanos. Deus sempre quer o bem de todos independente da raça, cor, sexo, grau de escolaridade, enfim, ele vê cada um como seu filho especial, sem acepção de pessoas. Quando os empregados reclamam do patrão, ele responde: ‘vocês estão com inveja porque eu estou sendo bom?’ A bondade de Deus está acima de tudo e a sua vontade é que todos sejam felizes, e tenham o suficiente para viver com dignidade. Deus é bom para com todos, porque todos são filhos seus.
A lógica dos homens está pautada na linha do mérito. Existe inclusive hoje a tal da meritocracia, ou seja, cada um vai subindo na vida de acordo com o que produziu, com aquilo que agregou a determinado setor ou empresa. Parece ser algo muito normal e até certo ponto, plenamente compreensível.

A lógica de Deus, pelo contrário, não está guiada pelo mérito, mas pela sua bondade e misericórdia para com todos. Ele é o Deus dos bons e dos maus, dos justos e injustos, dos malvados e abençoados, enfim, ele não trata cada ser humano de acordo com o seu comportamento. O que ele quer é que todos tenham vida digna, e dar a cada um de acordo com as suas necessidades, e, não de acordo com os méritos.

Seguindo a lógica do mérito, facilmente tendemos a julgar as pessoas, a salvar alguns e a condenar a outros. Existem aqueles que, diante do tempo que trabalham numa comunidade, em confronto com outros que nunca fizeram nada, se julgam já salvos. E mais, existem tantos outros que usam o próprio Deus para dizer que os seus negócios vão bem, porque são fiéis a Deus. Como se Deus abençoasse os bons, os que o seguem, e amaldiçoasse os maus, não lhes dando trabalho e nem prosperidade na vida. Esse Deus não existe, mas é uma invenção das nossas projeções e do nosso modo humano de ver as coisas. Deus não é aquele que abençoa os bons com dinheiro ou poder, e nem destrói ou arruína os maus. Se agisse assim Ele simplesmente deixaria de ser Deus, pois o seu amor é para todos, mas, de modo especial, para com aqueles que se afastaram e necessitam de sua misericórdia.

Difícil aceitar a lógica do Deus apresentada por Jesus! Nós gostaríamos que Deus agisse de acordo com o nosso modo humano de pensar e de agir. O Deus de Jesus vai ao encontro dos pecadores, dos afastados, dos enfermos e daqueles considerados indignos pelos fariseus e doutores da lei. Agindo assim, claramente ele nos mostra que ama a todos a ponto de dizer: ‘não são os sãos que precisam de médico, mas os doentes’. Vamos deixar Deus ser Deus, o Deus do amor, da bondade e da misericórdia, e não o Deus das nossas projeções, dos nossos méritos e da prosperidade, que abençoa os bons e castiga os maus. Esse Deus não existe!

Publicado na edição 1230 – 17/09/2020

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